O saco há muito estava pronto.
A alcofa preparada para o receber, embora vazia, sem lençõis, que só depois da criança nascer se prepara a caminha.
Ontem o dia encheu-se de sol e convidou a um longo passeio.
Eu estava calma, embora ansiosa e apesar da data estar proxima, nada faria prever, que seria hoje o grande dia.
Sempre me ocorreu, que podesse nascer no dia 23, amanha, que avó paterna, se fosse viva, também festejaria o seu aniversário nesse dia.
Dormi de forma idêntica, com cãibras insuportáveis e numa busca incessante de uma posição cómoda, impossível nesta fase tão avançada da gravidez.
Passavam cerca de 3 horas depois da meia noite e uma indisposição esquisita, que mais tarde percebi que eram contracções, arrastaram-me da cama para o sofá da sala.
Nessa altura, já chovia bastante e aquela dor esquisita voltava de quatro em quatro minutos.
Percebi que era chegado o momento.
Preparei-me e de uma forma emocionada despedi-me da minha mãe, que me abraçou e só Deus sabe o que pensou naquela hora.
Desde que entrei em trabalho de parto até ao momento em que o tive nos meus braços, passaram-se poucas horas.
O pai nunca arredou pé e quando nasceu, choramos juntos.
Um momento indescritível, de fortes emoções.
Nasceu o primogénito no dia 22 de Outubro, corria o ano de 2001.
Parabéns, meu amor!
. Caminhos
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