encheu a casa, bem cedo.
Estão no pátio a brincar.
Estão radiantes, já faltava uma manha assim. Difícil foi explicar-lhes que não podiam vestir calções ou manga curta.
Claro que neste entretanto, já entraram em casa vezes sem conta, já se chatearam os dois, até a C. se magoou na bicicleta do irmão e trilhou a mão na porta.
A insatisfação reina depois dos primeiros momentos de convívio com a novidade.
Há muito que não brincavam lá fora e a euforia vai desvanecendo.
Não os oiço, estão sobre a supervisão do pai, algo os prendeu, mesmo que por breves instantes.
Até quando?
Os momentos de brincadeira são agitados, como se algo os pudesse destronar de um momento para o outro.
Vivem ansiosos e brincam da mesma forma.
A ansiedade, essa eu sei de onde vem, de mim, do pai, do dia a dia, mas também me questiono muitos vezes se somos responsáveis por tudo.
Seremos sempre nós os causadores da agitação constante em que vivem os nossos filhos?
Não que com isto me queira ilibar de qualquer responsabilidade, mas serão totalmente dependentes das nossas atitudes?
A televisão, a escola, os amigos, tudo contribui para a formação dos nossos filhos como indivíduos, não?
Agora lembraram-se do carro telecomandado, aquele que está expressamente proibido de ser ligado dentro de casa.
Pode ser que agora tirem a barriga de misérias e o brinquedo os leve longe, a paragens desconhecidas, a lugares imaginários cheios de fantasia e histórias de encantar.
Um pilota, o outro é responsável pelo itinerário e neste momento o consenso, é rei.
. Caminhos
. Insónias
. Sunset
. Taxa de álcool no sangue!...