Acorda bem disposta.
Bastam uns carinhos, uns beijinhos, umas cócegas nas costas em jeito de carícia e ela desperta dengosa e sorridente.
Depois espreguiça-se com força, estica os braços e as pernitas e eu digo-lhe que está enorme, que cresceu durante a noite porque dormiu muito e fica consolada com aquelas palavras, que a partir dali faço dela o que quiser e nem se apercebe que no meio da conversa já está quase enfarpelada e lá se esquece do vestido ou da saia que preferia, em detrimento do fato de treino ou das calças.
Esta ginástica matinal é coisa séria, que afugenta qualquer escarcéu e impede que o simples acto de acordar e vestir, se torne em algo infernal. Hoje não foi diferente, acordou de forma paulatina, mas revelou-se queixosa, que lhe doía um ouvido.
E lembrou-se da maleita quando lhe enfiei a camisola pescoço abaixo.
- Dói-me aqui, dói-me o ouvido!
- Dói? Se calhar entrou água na piscina. Terá sido isso?
- Não mãe, foi o bico do lápis que estava muito afiado!
What?
Lembro-me, ainda pequenita, que passou pela fase das bolinhas de papel no nariz.
Era vê-la com papel na mão a toda a hora a compor bolinhas pequeninas perfeitinhas, do tamanho de uma narina e quando alertamos a educadora, já o resto da sala andava na mesma lide.
Na altura foi uma sorte, que nos apercebemos a tempo e o facto de a obrigarmos a fungar com alguma força bastou para que o papel se desprendesse das paredes das fossas nasais e felizmente não voltou a acontecer.
Agora isto, que virá para a próxima?
Há que estarmos vigilantes, de olhos bem abertos, diria mesmo, escancarados!
. Caminhos
. Insónias
. Sunset
. Taxa de álcool no sangue!...