Da última competição que se realizou sábado passado, trouxe duas medalhas, dois segundos lugares especiais, por razões diferentes. Do primeiro combate trouxe uma derrota, porque ainda sente na pele a inércia do corpo, a falta de destreza, tudo culpa daquele pezinho partido que o obrigou a acampar no sofá durante quase dois longos meses. Perdeu, mas deu luta e esforcou-se e isso é que importa.
O pai acha que está no bom caminho, que vai aperfeiçoando a técnica, que a prática é a palavra de ordem e o treino é o mais importante, que os combates vêem depois. No treino semeia-se e no combate colhe-lhe.
Chorou, que ele é mesmo assim, não é mimado, é sensível e verdade seja dita, ele anda à procura de um primeiro lugar e estou certa de que virá, mais cedo ou mais tarde. Do segundo combate e do segundo lugar ficou a admiração que me fez sentir por ele.
O orgulho que me deixou arrebatada, porque lutou com o cuidado e carinho que não se espera numa prova de taekwondo. Lutou com um adversário especial, que tinha o forte desejo de participar. Um menino com um gosto enorme pela modalidade, um menino com um brilho nos olhos, palavras do meu filho, um menino com paralisia cerebral e para a luta, o adversário tinha que ser escolhido a dedo, um adversário meigo e compreensível.
Num combate há muito mais do que a luta e ganhar nem sempre é o objectivo, ali valores mais alto se levantaram e ele soube entender o que se pediu e se calhar foi por isso mesmo o escolhido. Aquele momento encheu-me as medidas, que nos últimos tempos andamos os dois em guerrinhas constantes, que insisto em sair vitoriosa quando na verdade não me tenho saído bem.
Ele sem perceber, lembrou-me disso.
. Caminhos
. Insónias
. Sunset
. Taxa de álcool no sangue!...