Regressamos à poucas horas de Aveiro.
Mais parecia um jantar da Essência pois nenhum dos membros faltou, mas eram bem mais os presentes e bem divertidos.
Estivemos muito descontraídos durante o jantar e tudo correu pelo melhor apesar do Sporting ter empatado.
Parabéns para a Belinha e que quando fizer mais trinta e cinco anos que o desgraçado do Alzeimer não nos atraiçoe.
Um brinde.
As luses da árvore já brilham cá em casa.
Na sexta feira à noite o maridão e os filhotes resolveram fazer uma surpresa a moi.
Já era bem tarde quando cheguei a casa, depois de um longo dia de trabalho e das aulas do curso.
Com uma vontade bem grande de mergulhar numa cama quentinha e dormir horas e horas, até não querer mais, sem pensar em quaisquer compromissos ou tarefas domésticas.
O desejo de me deitar numa cama quentinha estava prestes a concretizar-se, mas da surpresa é que eu não estava à espera.
Confesso que quando entrei em casa e subi as escadas até à sala não estava à espera de ver ali no seu canto habitual, a Árvore de Natal já composta, recheada de bolinhas vermelhas e luzinhas coloridas.
Fiquei surpresa.
Por breves instantes até aliviada me senti, porque de repente pensei que aquela tarefa estava concluída.
Mas de imediato este pensamento deixou-me num grande vazio por não ter participado, até porque é a primeira vez na minha história que algo assim me acontece.
Ela está lá bonita, imponente e é claro que reconheço que a surpresa teve o intuito de me poupar, mas ainda assim, para que eu pudesse dar o meu contributo, fiz questão de ir comprar os chocolatinhos nas formas mais diversas e de os colocar eu mesma na árvore de Natal.
Era o aconchego que faltava.
Obrigada maridão, és um amor!
É um fofo, não é?
Podia ser o membro mais recente da família, já a partir do início do próximo mês.
Nasceu à cerca de dois meses, ainda está com a mãe e os irmãos, mas brevemente será entregue aos novos donos.
Este cachorrinho poderia ser nosso se não estivessemos (mais propriamente eu) tão reticentes quanto ao facto de adoptarmos esta criatura tão peludinha.
Confesso que há uma parte de mim que adoraria ter cá em casa este amiguinho de quatro patas e outra parte que me diz que estou a delirar e que o facto de o adoptar seria precepitado, além de ser uma decisão pouco ponderada e nada amadurecida.
Parece monstruoso falar assim, mas quem já teve animais, quem gosta verdadeiramente deles, sabe que não é facil criar e educar um cachorrinho e que a responsabilidade é pesada, principalmente quando se leva uma vida bastante agitada, em que o tempo escasseia e o pouco que nos sobra nos absorve de tal forma que não nos deixa margem para quase nada.
Um animal de estimação não se iguala de todo a um filho, mas carece de atenção, da nossa disponibilidade para o educar, ensinar e mimar, a não ser que nos baste um cão de guarda que apenas imponha respeito pelo seu porte corpulento quando for adulto, que seja um destruidor de jardins e afins, quem sabe violento com os de casa, que nos transmita apenas segurança durante a noite quando estamos a dormir, ou durante o dia quando a casa está vazia.
Convivi com vários cães, enquanto estive na casa dos meus pais, que em diferentes alturas do meu crescimento me marcaram de forma bastante positiva e deixaram muitas saudades.
Pela sua astúcia e inteligência, ou pelas brincadeiras e companherismo ou tão somente pela companhia.
Adorava possibilitar tão cedo quanto possível essa experiencia aos meus filhos e vivências identicas tão ou mais marcantes como aquelas que os meus cães que proporcionaram outrora.
A Carolina, mais do que o Tiago, bem mais, adora animais e no imediato cria-se uma empatia tal quando se aproxima de um cão e o aborda que se sente a magia do momento.
Um cão pode ser um verdadeiro amigo, incute-nos responsabilidades, faz-nos companhia, capaz de entender o nosso estado de espírito e ser solidário connosco.
Um cão pode ser tudo isto e muito mais e por isso é tão importante ponderarmos se reunimos as condições necessárias para lhe proporcionarmos um bom ambiente, assim como também é necessário sentirmos vontade e estarmos preparados para aumentar a nossa família adoptando um animal de estimação tão exigente como é um cão.
Não foi um dia fácil, muito menos a noite passada.
Desde ontem que está com febre e muita tosse.
Decidi ir com ele ao médido, e o cenário era brutal.
Imensas crianças doentes, com sintomas diversos de gripe.
Mais parecia a festa das máscaras, todos tinham direito a uma.
Todas diferentes, vários tamanhos, feitios e as das crianças muito engraçadas.
Pelo menos apelativas ao seu uso por aqueles seres pequeninos que teimavam em retirá-las da cara.
Realmente não são de uso fácil, principalmente durante tantas horas seguidas.
O Tiago está claramente gripado, vai ficar de molho 7 dias.
Repouso absoluto.
Descanço.
Nada que já não lhe se seja familiar mas claro, noutras condições fisicas.
Pela módica quantia de 80€ podemos fazer o teste e saber o resultado em 48 horas.
Como nos disse a médica e depois de ter feito um Raio X, mesmo a ser positivo o teste, não é condição para uma medicação diferente e achou que seria prematuro avançar com o mesmo, tendo em conta que o episódio de febre iniciou ontem, embora não haja dúvidas quanto à doença: Gripe
Apenas a ter em conta a evolução dos sintomas, sendo que é previsivel que pelo menos a febre se mantenha por mais três ou quatro dias.
Não podemos descurar qualquer alteração no seu comportamento, vigiá-lo constantemente e evitar os beijinhos.
Distância de cerca de um metro, dificil é explicar à irmã que não entende e considera que o facto de o irmão estar doente é condição mais do que suficiente de aproximação, com carinhos e beijinhos como forma de compensação e conforto.
Espero que melhore rapidamente, para o ver a correr de um lado para o outro, a falar pelos cotovelos, a arreliar a irmã, enfim, tudo aquilo que em confições normais e em demasia me tira do sério, mas revela saúde e a boa disposição que lhe é característica.
Um sol magnífico, por entre um nevoeiro deslumbrante, grandioso.
Muita claridade.
Cerca das 8h15 da manha, para trás deixamos o lufa lufa do costume.
Despacha-te, come, não te sujes, rápido, lava os dentes, calça-te, veste o casaco, sei lá bem mais o quê!
Saímos sempre stressados, mesmo que acordemos cedo, depois de tantos beijinhos e algumas brincadeiras, ainda na cama.
Quando os começo a vestir, tudo muda.
Mãe ele está a gozar comigo, mãe ela disse que eu estou feio, mãe ele bateu-me, mãe ela mexeu nas minhas coisas, mãe, mãe, mãe, mãe.....
Ás paginas tantas só me apetece fugir, mas depois de lavarmos os dentes, de lhes vestir os casacos, de os sentar no carro, depois de ligar o rádio, a música lembra-me que devo abrandar o ritmo e ao deixa-los na escola dou-lhes as recomendações do costume, abraço-os, beijo-os e saio.
A Carolina corre ao meu alcance, pede-me um último beijo e então fica a ver-me ir embora a partir da vidraça.
Sim, eu que não ligo ao futebol, estou com os nervos em franja, ou não é a minha selecçao que está a tentar carimbar o passaporte.
A ver vamos.
Como se não bastasse fomos enxovalhados ao chegar à Bósnia, até o Hino de Portugal foi ridicularizado por tantos que assistiam no campo, mas claro, não foram os nossos.
Não convém esticar-me muito nas minhas opiniões, ou corro o risco de ser comparada a uma tal Maité.
Ainda dizem que a Mait'e está para Portugal assim como a Susana está para o futebol e eu não posso correr esse risco, até porque gosto do Brasil e não estou disposta a ser criticada e quem sabe sujeita a uma qualquer petição contra a minha pessoa.
De qualquer forma, posso garantir que sei o nome de todos ou quase todos os jogadores convocados tanto os da Bósnia como os jogadores de Portugal.
Claro está que os nomes dos jogadores convocados pelo Queirós é do conhecimento de qualquer um, já os jogadores da selecção Bósnia é mais dif'ícil, mas basta que nos lembremos que o sobrenome de todos ou quase todos, é ...ic. O ...ovic, o hic, o evic, o vic, novic, cic, o mic, vic, o nic e por aí.
Numa primeira parte estamos empatados em termos de remates, três para cada lado, mas na baliza não entrou nada, pelo menos aquilo que deveria ter entrado, a bola.
A ver vamos como corre a 2ª parte.
Começou.
Oportunidade para Nani, mas um IC qualquer impediu o passe e a concretizaçao de golo.
Mais um remate de um IC, e a qualquer momento o pior pode acontecer...
Contagem decrescente para o embarque para a África do Sul, de Last Call!!!!
Livre para Portugal, lançamento lateral para Paulo Ferreira, bola para Liedson.
Bola para Simão Sabrosa, bola para Tiago.
Raul Meireeeeeeeeeelessssssssssssss
Golo de Portugal
Excelente Raul Meireles
Ao quinto remate.
Não me parece que de seguida venham 3 golos da Bósnia, não creio.
Acho que já está carimbado o passaporte.
1-0, marca Portugal
Estamos pertinho da África do Sul.
Lá andam os ICs de um lado para o outro.
Bola bem dominada por Portugal.
Até ao final da partida, sofrer 3 golos da Bósnia: - eu diria que é impossível.
Um IC joga para outro IC.
Muita concentracçao, muita atençao.
Livre para portugal.
Muitos ICs em campo, corte para Liedson, IC passa para IC e IC passa para o IC, que passa para o IC, que passa para o IC.
Nani!!!!, Bola para Tiago, para Liedson... e o jogo pára.
Muito bem Paulo FERREIRA, já é a 3ª vez, está a portar-se bem.
Nani vai cruzar....
Que jogatana deste número 16 da selecçao: Meireles, Meireles, Meireles.
Portugal está a soltar-se, como que apreparar-se para mais um golo.
Os ICs continuam a passar a bola entre sim, mas Nani interrompe, pontapé para a frente.
Cerca de 19 minutos para o final do jogo.
Meireles, mais uma vez, magnífico.
Sai Nani, entra Edinho.
Bruno Alves recupera.
Livre para a nossa Selecção.
Livre para Eduardo.
Ouvem-se palmas.
Livre para a Bósnia e Eduardo a defender.
Pontapé de canto para a Bósnia.
Simão a perder.
Lançamento lateral para Paulo Ferreira.
Edinho a ganhar o lançamento.
IC é expulso, cartão vermelho.
14 minutos reduzidos a 10 jogadores da Bósnia.
Árbitro assistente atingido por objecto vindo da bancada.
Lesão, mãos na cabeça.
Jogo reatado
Não há condições.
Mais de 20 mil adeptos, quando a lotaçao é de apenas 13 mil.
Continuam a cair objectos no relvado.
Meireles, pontapé para fora.
10 minutos para o final do jogo.
Entrada de Deco, saída de Simão.
Livre para a Bósnia.
IC a passar a bola para IC, e agora para IC, chutou e fora.
Contagem final.
A caminho da África do Sul.
Muito bem RicardoCarvalho, bola para Duda.
Edinho, Edinho, ainda vai lá outra vez.
Meireles, Pepe, Duda.
Estamos com um pé no Mundial, só falta o outro.
Estamos a 3 minutos do mundial.
Entra Miguel Veloso.
Livre perigoso, mesmo ao jeito do Deco.
Golo de Meireles aos 56 minutos.
Defesa de um IC.
Bola para Pepe, LIedson, pontapé de canto para Portugal.
Tivemos uma segunda parte superior.
Sai Liedson, entra Miguel Veloso.
Mais um cartão amarelo para um IC.
Aí vai Pepe, lançamento para portugal.
Pontapé de canto.
Bola batida, golo a falhar!!!!!!
Roberto Roseti põe o apito na boca!!!!!!!!!
Apito final do árbitro italiano.
Portugal apurado.
Portugal na África do Sul, apurado para o mundial de 2010.
Parabéns Selecção!!!!
Parabéns para todos nós.
Ontem lavei a alma.
Visitei um cliente que muito estimo.
Desabafei com a minha amiga.
Ela de braços abertos ouviu-me e esteva disponível para mim.
Conversamos bastante mas o maior tempo de antena, confesso que foi meu.
É bom falarmos com alguém de forma imparcial e isenta, que nos dá apoio, uma dica, um conselho, sem que por momentos duvidemos das suas palavras e as vejamos com segundas intenções.
Saí de lá mais leve.
Conheço-a bem e sei que também ficou feliz.
Agradou-me a nossa conversa, um momento de partilha de emoções entre duas amigas que já partilharam tanto.
Ontem lavei a minha alma e trouxe dentro de mim um espírito mais leve.
Temos que reunir mais vezes.
A Carolina não festejou o Magusto, foi ao Porto ao Hospital das Bonecas, na Faculdade de Medicina.
Levou consigo a sua boneca Moranguita, felizmente está bem, só precisou de uma pica.
Os doutores são simpáticos e os meninos gostaram muitos do teatro de fantoches a que assistiram, se bem que ela insiste em chamar-lhes bonecos, isso de fantoches não existe, não é assim que se diz, disse-me ela.
O Tiago delirou com o magusto, enfarruscou a cara do seu amigo Marco, comeu umas castanhas, assim pelas minhas contas devem ter sido...uma ou duas, que é como quem diz, não é muito castanheiro, mas há que comemorar a data a preceito e é das brincadeiras e das travessuras que a gente se lembra mais tarde e recorda com carinho.
Trouxe ao peito uma castanha gigante feita em cartolina amarrada a um cordel e estava contente porque foi um dia bem passado.
Toda esta euforia fez-me lembrar os meus magustos que também recordo com muito carinho, mas eram ainda mais à séria, com uma enorme fogueira feita pelas freiras, com a ajuda do Sr. José.
Não vinham da padaria já assadas e distribuídas em cartuchos feitos de papel.
Cada um de nós ia descobrindo as castanhas na fogueira e comendo à medida que iam ficando assadas.
Lembro-me do copo de plástico colorido em que bebíamos o sumo que a irmã Emília preparava na cozinha.
Lembro-me de ficar completamente enfarruscada nesse dia.
Lembro-me das brincadeiras com os meus amigos e sentados na relva, ao pé do refeitório, muito concentrados a descascar as castanhas, para que a pele saísse na perfeição.
Lembro-me da fotografia da 4ª classe, que ainda hoje guardo com muito carinho, toda enfarruscada, bainha da saia descosida, copo no meio das pernas, cabelo à frente dos olhos e a boca cheia de castanha.
Bem podia ter sido conversa de café, de ginásio, de cabeleireiro, mas não, foi mesmo conversa de talho.
De pé, a aguardar a minha vez, sem me lembrar muito bem como e porquê, houve alguém que disse, que de hoje a um mês fazia 25 anos de casada e por isso estava feliz.
Surdiu a conversa, falou ela, falei eu e até o homem do talho deu o seu palpite, que era bom deixa-lo falar, ou não tivesse ele um cutelo na mão que impunha respeito.
Admirei aquela mulher, queria chegar à idade dela com aquela garra e energia, mas o que me surpreendeu, foi tão simplesmente os anos que nos separam, sete anos.
Ela tem apenas 7 anos a mais do que eu, ela tem 44 anos.
Apenas 44 anos, mas uma vida preenchida de 4 filhos, de duas netas da filha mais velha, um marido e as aulas que frequenta para concluir o 12º ano e não estamos a falar de novas oportunidades mas sim do regime normal.
Uma filha com 24 anos, uma filha de 21 anos, um filho de 19 anos e o mais pequenino lá de casa, de 7 anos.
Uma vida preenchida de alegrias, mas também diz que não viveu a juventude, que não aproveitou quando era nova e reprova a ideia de se ser mãe muito cedo, como ela foi.
O mais novo nasceu prematuro, e a gravidez, recorda tão bem como foi atribulada por causa da diabetes, sim que ela é diabética e o parto teve que ser provocado cerca de dois meses antes do que estava previsto, e o filho mais novo nasceu a 8 de Dezembro, com pouco mais de dois quilos, sem pestanas, careca, muito frágil.
Quem o vê, diz a mãe, não diz que é uma criança que nasceu prematura e está muito bem tendo em conta as operações que já fez, e tanta quimioterapia a que já foi sujeito, devido aos tumores que lhe retiraram da garganta.
Não falava com a voz embargada nem tão pouco envergonha com receio de que dela tivessem pena, não!
Falava com orgulho dos filhos, de todos eles e o sorriso ainda se tornava mais brilhante quando falava das netas.
Não sei o nome dela, nunca a tinha visto antes e compro carne no talho do Bulhão há muito tempo.
Já estava atrasada para ir buscar os meninos à escola mas se pudesse tinha ali ficado para ouvir um pouco mais aquela mãe a falar.
Diz que o filho é como ela, adora a matemática mas é um desastre a português.
Está na segunda classe e está atrasado na escola, pudera, faltou tanto por causa do problema de saúde, mas gosta muito de fazer contas, mas ler é que não.
Porra que é complicado perceber o português, dizia ela.
Que quem fala assim dos filhos, ama-os muito.
Só queria que as mais velhas lhe oferecessem as alianças dos 25 anos, mas elas dizem que ela já tem aliança e não precisa doutra...
Que se calhar têm razão, diz a mãe, que o importante é fazer 25 anos de casada, aturar o mesmo homem e viver numa casa cheia.
Cheia de alegria, ainda que a saúde escasseie, mas que a esperança de melhores dias não os abandone.
Paguei a carne que comprei, desejei-lhe felicidades e uma boa noite aos presentes.
Muito se falou em pouco tempo, que eu até disse que gostava de ter sido mãe mais nova e que gostava de ter outro filho, mas ainda assim, a ideia dela e apesar de tudo, é que ter sido mãe nova não a deixou realizar outros sonhos próprios dos nossos vinte anos.
Certamente as compensações foram outras e ela acenou com a cabeça como que a dar-me razão.
São opções de vida que nos transformam, que nos fazem ver a vida com outros olhos, com muitas preocupações é certo, mas com muita alegria e orgulho nas nossas crias.
. Caminhos
. Insónias
. Sunset
. Taxa de álcool no sangue!...