Já se começa a tornar um hábito! O que é muito, muito bom, diga-se!
Então não é que recebi mais um postal?
Que importam as contas para pagar, quando no meio de tanta correspondência chata, está um postal de alguém que se lembrou de nós!
Um beijo do tamanho do mundo, para os meus queridos tios!
A um dia de regressar há escolinha.
A mais nova está contente, mas ao mesmo tempo sabe que as idas à Praia da Aguda e os miminhos dos avós, vão ser mais escassos, pelo menos durante a semana.
Ontem, pediu muito para ir ao Porto de comboio com a avó, pelo que ficou combinado para hoje de manha a "grande" viagem.
Preocupada com a apresentação e porque as unhas, tanto dos pés como das mãos estão a ficar sem verniz, mal acordou, veio perguntar-me:
- Mãe, já compras-te "azeitona", para voltarmos a pintar as unhas?
Tanto eu como o irmão rimos com aquela prontidão na questão que me fez, mas logo remediou:
- Tu sabes o que eu quero dizer, não sabes?
Muitas dúvidas.
Poucas certezas.
Medos infindos.
Vontades contraditórias.
Escuridão. Luz.
Conformidade. Paz.
Tranquilidade.
Sempre a dois.
O mesmo caminho.
Na mesma direcção.
Sempre. Juntos.
Depois de tudo estar a acontecer de uma forma acelerada, tipo bola de neve, eis que a ultima consulta foi altamente esclarecedora e explicativa sobre a forma de tratamento de doenças do coração, nomeadamente a estenose aórtica grave.
A cirurgia é a solução, a resolução imprescindível, através da substituição da válvula doente, por uma válvula mecânica, desenhada expressamente, para durar toda uma vida.
No entanto, para prevenir coágulos sanguíneos, que podem causar complicações, fruto do material de que a válvula mecânica é feita, o paciente não poderá prescindir de um anti-coagulante oral, perpetuamente.
Existem outras válvulas, as válvulas de tecido, que até podem ser de porco, que em contrapartida têm uma durabilidade limitada (de 5 a 20 anos) mas não requerem terapias anti-coagulantes.
Ainda assim, esta não é a solução adequada para pessoas tão jovens e refiro-me assim à idade de 60 anos, que iria obrigar, a nova cirurgia a médio ou longo prazo, isto é, dentro de uns 10 anos sensivelmente.
Não é fácil aceitar um quadro clínico desta índole, quando se trata de um paciente jovem, ao que existem vários motivos para que o mesmo se tivesse desenvolvido desta forma e tivesse agora este desfecho.
Eu própria fiquei admirada com uma das causas possíveis, a febre reumática.
Em criança, esta doença, causada por uma bactéria específica, originada num simples quadro de amigdalite, desencadeia anos mais tarde, já na fase adulta, este tipo de patologia.
Não existem certezas sobre nada, mas este é um facto que considerei muito interessante, tanto mais que tenho dois filhos pequenos e nada deve ser negligenciado, nestas idades mais tenras.
Não temos que ir a correr ao médico, sempre que eles tossem, ou têm febre, ou se constipam, mas estarmos atentos a todos os sinais, é sinónimo de zelo e preocupação pelas nossas crias.
Claro que há 50 anos atrás, as classes mais desfavorecidas, com menos recursos financeiros e um nível diferente de conhecimentos, sofrerão hoje as consequências, mas sabemos que nos tempos modernos ainda há muito boa gente completamente desconstruída e totalmente despreocupada com questões tão banais como estas, as amigdalites e por aí adiante.
Estejamos atentos, por isso!
Bem madurinho, suculento, nem eu nem o moreno lhe conseguimos resistir.
Uma carga tão grande, que no início, compreendemos porque iam caindo todos os dias, alguns para o chão.
Hoje quase já não cabem na mão, mas continuam a cair.
Provavelmente não chegarão a amadurecer, para grande mágoa nossa.
Um fim de semana maravilhoso.
Sábado, um dia de praia magnífico com muito calor.
Uma longa caminhada que nos permitiu apanhar pedrinhas, desta vez brancas, cinzas e pretas e já lá estão na casa de banho, numa jarra decorada para o efeito a contrastar com o vermelho da cortina e do tapete.
Deliciei-me com os beijinhos, que foram os primeiros que vi este ano.
Pensei que tivessem desaparecido, mas afinal ainda por ali andam, cada vez mais escassos, é certo, mas adoro-os.
Na praia de areia branca
os bú zios não falam só de mar:
Falam das pragas,dos clamores,
da fome dos pescadores
e de lenços tristes a acenar
Búzios da praia da areia branca:
Um dia,
haveis de falar
unicamente do mar
Sidónio Muralha
É o que basta para acreditarmos que tudo vale a pena.
As provações fazem parte do caminho.
A tristeza empurra-nos para o abismo,
mas o sorriso dos nossos filhos devolve-nos a vida.
Pouco mais de meio quilo de camarões, que o avô apanhou nas rochas.
A C. adora e penso que foi mesmo a pensar nela que o avô se aventurou.
E já estão praticamente todos comidos, que ela simplesmente adora marisco!
Hoje pela manha, bem cedinho, ainda a tomar o pequeno almoço mas com os olhos posto na televisão, fomos surpreendidos pelo tema abordado na rubrica do Minuto Verde, da autoria da Quercus, da RTP1.
Trata-se de um Guia Culinário de receitas locais, que acentam nos conhecimentos e costumes do pequeno núcleo piscatório da Praia da Aguda, na zona litoral Norte de Portugal.
O Guia revela segredos de confecção e preparação, muito antigos, muito bem guardados que apenas foram transmitidos de geração em geração.
Foram entrevistadas as "vareiras" da Praia da Aguda, que tão bem conhecem a lota e a praia e que todos os dias, bem cedo, esperam os seus maridos ou outros familiares, que regressem da faina, com peixe bem fresco e saboroso, que depois é transformado em verdadeiras iguarias, através de uma confecção simples, com dedicação e arte.
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