Há dias assim, em que apetece nada.
Tudo, seria muito e hoje estou cansada.
Amanha passa.
Hoje deixo-me ficar assim.
As aulas estão na recta final.
Os preparativos para a grande festa já começaram.
A azáfama é evidente, entre auxiliares, professores e pais. Todos têm colaborado e até as crianças têm ajudado.
A festa da escola já tinha dia marcado. E este ano ia ser diferente, bem diferente dos anos anteriores que na antiga escola, as festas de final de ano não deixaram saudades.
Este ano tenho sentido carinho e devoção em tudo o que têm feito e até eu estava tremendamente empolgada com a festa.
Estas iniciativas deixam marcas e não é todos os anos que se é finalista.
E mudaram o dia da festa e nesse dia não podemos de todo, estar presentes.
Nem sei qual dos dois ficou mas triste, se ele, se eu.
As noites estão mais apetecíveis e o gosto pelas caminhadas depois de jantar, é algo que temos em comum.
Ultimamente por este ou aquele motivo não tem sido possível e tenho-lhes sentido a falta.
No sábado porque acordei bem cedo, mais cedo ainda do que habitual, saí, sem que se apercebessem.
As chaves de casa, o telemóvel e uns trocos no bolso. Somente.
Ainda não eram sete horas da manhã e as ruas estavam desertas. Só os passarinhos tinham acordado e o sol, esse, já ia alto.
Passei a pé por onde passo todos os dias de carro, mas mais parecia estar a fazer um trajecto diferente, que a visão é outra.
Vêem-se os jardins das casas, as hortas, as sementeiras e as casotas dos cães ao fundo do quintal.
Os tanques cheios de água, as roupas nos estendais e a lenha religiosamente empilhada encostada às paredes das casas, por baixo dos telheiros.
Todo o cuidado é pouco que os passeios são escassos e os que existem são estreitos.
Caminhar pela berma da estrada obriga-nos a cuidados redobrados. Mas as ruas estavam ainda desertas e durante algum tempo não me cruzei com um único carro, nem viva alma para que pudesse trocar uma saudação matinal.
Que bem que soube aquela caminhada, que me deixou cansada, mas relaxada.
Durou cerca de uma hora e já no final do percurso, os carros começaram a passar e aos poucos o silencio foi-se perdendo.
Em casa, ainda todos dormiam e um banho quente devolveu-se o cansaço e deixou-me dormitar mais um pouco.
E que bem que soube.
E ás vezes é bom quando se viram as rotinas do avesso, quando se vê ao contrário e se trocam as voltas, as nossas próprias voltas.
Um sonho que acalentei desde sempre, o de ser mãe. Quando finalmente aconteceu, pela primeira vez, já lá vão quase 10 anos, a felicidade arrebatou-me, mas logo me apercebi que os desafios eram muitos e nem sempre estive à altura de os superar. A maternidade mostrou-me muito mais do que aquilo que eu sabia, ouvia ou lia. Devolveu-me uma nova vida, fez de mim uma pessoa diferente, melhor, mas não no imediato. Hoje olho para trás e sinto isso. Vejo naquilo que me tornei depois de ter sido mãe, mas o inicio foi complicado, muito. Revoltei-me por nem sempre ser capaz de lhe devolver a calma quando chorava, porque a amamentação não foi um processo pacifico e talvez tenha sido mesmo, esse o primeiro momento que me devolveu apenas mágoa e a sensação de falha. A amamentação revelou-se um fracasso completo, não fui capaz de sentir aquilo que li tantas vezes em revistas e livros da especialidade. Afinal esse momento único era uma fraude, ou existia mesmo? Não o senti assim, essa magia de que se falava, deixou-me apenas pedaços de tensão que agonizavam cada vez mais a minha dor. Nesses momentos anulei-me como mãe, reagi da pior forma possível. Chorava de cada vez que preparava o biberão e a angustia engoliu tantos outros sentimentos que podiam ter tornado aqueles momentos bem menos dolorosos e tão mais aprazíveis. Descobri com a maternidade, que os planos que traçamos e os sonhos que investimos, podem ser falíveis, e muitos foram mesmo vencidos pela insegurança e pelo medo. A maternidade foi a própria descoberta de mim, como um ser que renasceu no dia do nascimento dos meus filhos. Descobri com a maternidade que o amor que se tem a um filho é imensurável e que apesar das dúvidas e das aflições vale a pena o caminho, mesmo que por vezes seja trilhado por estradas muito sinuosas. Descobri que a maternidade, me fez definitivamente uma pessoa completa e feliz e que os fantasmas que encontrei, tornaram-me melhor e mais capaz.
Julgas-te igual quando acordas.
A noite ofereceu-te sono e descanso.
No lugar da insónia deitou-se o teu amor.
Julgas-te igual quando acordas.
O dia repete as mesmas horas,
E tantos rituais abrem a porta da manhã.
Não subestimes a grandiosidade do teu sorriso
Não te julgues igual a ontem.
Hoje és certamente uma pessoa muito melhor.
Ou pensas que a rectidão não faz destas coisas?
Desta vez utilizei pão duro, bastante duro e mais uma vez fiquei rendida às subremesas feitas com pão.
E confundiram o pão com maça. É curioso o facto de não ser perceptível este ingrediente no resultado final.
Nota 10.
7dl de leite
1 pau de canela
120gr de carcaças duras
150gr de açúcar amarelo
1 colher de sobremesa de canela em pó
4 ovos
Ligue o forno a 180º. Barre uma forma tipo bolo inglês, com caramelo.
Opto sempre por caramelo caseiro feito por mim, mas podem sempre utilizar aquele de compra.
Ferva 5dl de leite com o pau de canela e reserve. Corte as carcaças em pedaços e verta o leite quente por cima.
À parte, misture o açúcar com a canela em pó, o leite restante e os ovos. Reserve.
Mexa bem a mistura de pão até se desfazer e junte o preparado de ovos. Verta na forma e leve a cozer, em banho maria, durante uma hora.
Desenforme já frio. E não resista, é óptimo!
Não temos sido consumidores acérrimos, de pão nos últimos tempos, o que me obrigou a comprar pão fresco para a confecção desta tarte, porque o ideal mesmo é aproveitar restos de pão duro que já não se consiga comer, a não ser em sopas de leite ou torrado, por exemplo.
A tarte ficou muito apresentável e saborosa.
300gr de pão
230 gr de açúcar
7 dl de leite
6 ovos
4 gemas
2 gotas de essência de baunilha
Ligar o forno a 180º. Untar a tarteira com manteiga, polvilhe-a de açúcar e reserve.
Triture o pão e junte-lhe o açúcar. Ferva o leite e verta-o sobre o pão com o açúcar.
À parte, bata os ovos com as gemas e a baunilha.
Junte os preparados e verta-os na tarteira.
Vai ao forno cerca de 40 minutos. Se preferir sirva a tarte polvilhada de com açúcar em pó e canela.
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