Crês que os espinhos tornam a rosa menos bela e formosa?
Acreditas que são os seus espinhos que atenuam a odor perfumado das suas pétalas aveludadas?
Não ouses pensar assim, que esses, prendem a rosa à vida. Protegem-na de eventuais predadores e por isso a tornam imponente e majestosa.
Que não te assustem os seus espinhos e se porventura te magoares, cuida de aceitar a dor. Ela passará e a rosa há-de ser tua. Colhe-a e enfeita a tua jarra.
Adora ajudar. Principalmente quando isso implica mexer em água. Está sempre pronta e quando não atrapalha, ajuda!
Detesto quando o tempo me rouba tempo e os dias passam a correr e não consigo ter controlo sobre eles.
Ás vezes precisava que parasse ou que abrandasse o ritmo. Que num minuto morassem bem mais do que 60 segundos e que uma hora se desdobrasse em duas ou três.
Assim resta-me correr, acelerar o passo. A ver se não perco o comboio, que ele não espera se não estivermos na estação e não me apetecia nada apanhar o próximo!
Um domingo inteirinho passado na praia e foi na água que eles passaram a maior parte do tempo, claro!
Quando se deitaram o tecto estava coberto de estrelas.
A noite apetecia e aquela era uma vontade antiga. Ainda não se tinha proporcionado que o tempo tinha que estar de feição para que se tornasse num momento singular. Aconteceu na noite de sábado.
Um céu estrelado por cima das nossas cabeças.
Muito calor na noite escura apesar da brisa agradecida.
O colchão de campismo veio fazer-nos companhia.
As estrelas cintilavam como se de uma tela se tratasse, negra como breu, salpicada de pontinhos brilhantes.
Contaram estrelas e sussurraram desejos.
Um risco passou para aquele lado, disse entusiasmada! Seria uma estrela cadente?
Tagarelaram até adormecer.
Ali ficaram no nosso meio, durante horas, debaixo daqueles espectáculo de estrelas!
Juntinhos, os quatro!
E acabei mais um livro, devorei-o.
Um livro muito descritivo, que me permitiu viajar e me levou para bem longe. Sou capaz de imaginar e reconhecer todas as personagens. Viajei no tempo, de táxi, a pé, percorri aquelas cidades, sentei-me naquelas esplanadas e eu própria fui uma visita em cada casa.
Tomei chá e reguei as flores da varanda.
Histórias cruzadas, de vidas que se alimentavam da mentira, das falsas aparências e traições.
É obvio que não é preciso ler um livro para perceber que a opulência e a falsidade não singram uma vida inteira. Por vezes dilatam-se no tempo, mas lá virá o dia em que a máscara cai e se revela o verdadeiro ser.
Mais cedo ou mais tarde. Vale sempre a pena, a luta pelos nossos ideais e nada acontece por acaso. Aquilo que pode ser ou parecer um trauma de infância, ou um episódio mal resolvido, interfere de forma tal no caminho percorrido, que se revela crucial na construção do carácter de cada um.
Caminhos que se tocaram, que se afastaram, que encheram tantas páginas. Encruzilhadas e muitas pedras no caminho.
Vidas tristes. Sonhos. Revelações intensas. Integridade. Mentira. Verdade. Amor!
O cansaço é enorme. Ajudou ter dormitado um bocadinho depois do almoço tardio, mas a moleza ainda é grande.
Hoje acordamos cedo, mais do mesmo, que ontem foi igual. A festa da mais nova assim o exigiu e a preocupação para que nada falhasse, arrancou-me ainda mais cedo da cama.
A azafama do penteado não pela dificuldade mas pela morosidade e pelos queixumes a cada penteadela devorou o tempo que não parou um minuto sequer. É verdade que os cabelos cumpridos exigem uma maior manutenção e no que toca a penteados feitos por amadoras como eu, o processo torna-se bem mais moroso e não raramente sai bem à primeira.
O facto de ser perfeccionista não abona a meu favor e recomeçar de novo é muitas vezes a solução. Ás vezes desejava não ser assim, que o facto de querer controlar e desejar que tudo saia bem e não me permitir errar ou falhar, deixa-me esgotada.
Correu tudo bem, uma manha feita de aplausos, de orgulho, alegria, emoções e muitas lágrimas. Se por um lado sou exigente, rigorosa e grave, também me derreto com uma facilidade ainda maior e não só com os meus filhos, que as outras crianças também me emocionam e bastante.
Vê-la dançar é algo que me emociona de uma forma inexplicável. Talvez pelo facto de ser algo que eu própria adoro e sentir que ela também sente um enorme prazer pelo mesmo. Vibra com a música, o corpo cede e os movimentos tornam-se graciosos.
Depois de uma breve actuação de Ballet, onde deu vida a uma linda borboleta, dançou a valsa.
Todos os finalistas se vestiram a rigor e se eles próprios não tiveram noção do impacto que provocaram na plateia, já os pais e todos que tiveram o privilegio de vivenciar aquele momento, não o irão certamente esquecer.
Por detrás de uma actuação tão doce, estiveram com certeza muitas horas de treino.
Este tipo de festa provoca muita tensão, que todos anseiam a perfeição. Todos os envolvidos estão de parabéns, que a festa foi mais uma vez lindíssima, apesar do enorme calor e dos nervos.
Um mês intenso, que agora tenho em casa dois finalistas, que se preparam para dar mais um passo e subir um enorme degrau.
A vida é mesmo assim, uma escadaria que não sabemos quando termina, feita de inúmeros patamares, de degraus que nem sempre têm a mesma altura. Ás vezes consegue-se subir a correr ou saltar os degraus aos pares. Outras vezes fazemo-lo com ajuda, a medo, ou mesmo com desconfiança. Recuar um degrau também pode ser importante para nos darmos conta da cadencia dos nossos passos. Sempre sem pensar em desistir, que o caminho faz-se caminhando.
Sempre a subir.
Um bolinho dos santos,
Na noite de S. João
Na mesa sardinhas e broa
Um alho porro na mão
Na praia lanço o balão
De areia calço os meus pés
Na noite de S. João
É assim que tu me vês!
De olhos postos no céu
Vejo o balão a subir
Leva um desejo meu
A quem já vi partir!
. Caminhos
. Insónias
. Sunset
. Taxa de álcool no sangue!...