Quarta-feira, 31 de Outubro de 2012
Terça-feira, 30 de Outubro de 2012
Domingo, 28 de Outubro de 2012
De manha é que soube bem. E o dia pareceu maior, muito maior. Amanha vai custar a levantar, depois os manhas hão-de clarear. Mas hoje soube bem, entre nada para fazer e sem nada se ter feito, lá se passou mais um domingo. E que bem que soube! Foi tão bom para vocês, como foi para nós? A lareira está acesa. E nós de volta de um bolinho caseiro, com a televisão ligada, enroscadinhos no sofá.
> Já me tinha referido aqui a este assunto. Não sei bem quando, mas já o fiz. As refeições têm que estar planeadas. Uma semana sem menu planeado, não vai correr bem na certa. Sem planeamento, não há refeições tão saudáveis, feitas com tempo e dedicação. Em tempo útil e sem grandes doses de drama ou desgaste, é quase impossível. Tudo isto pode ser ultrapassado se formos adeptas do leite com cereais e das papas ou iogurtes. Não somos.
> Assim as idas ao talho e supermercado são obrigatórias ao sábado. Entre uma carne assada ou estufada, que cozinha com tempo, preparam-se refeições bem saborosas. Dividem-se pelos recipientes de vidro e vão ao congelador. O mesmo acontece com as minhas sopas para a hora de almoço, de toda a semana. Chego a preparar duas panelas de sopa. Para além dos almoços, também se programam os jantares e ganhamos em tempo, como é claro. Muito tempo. Para a noite, e a intercalar com a carne, nada como um peixe cozido, que deixamos a descongelar pela manha, antes de sairmos. Outras vezes uma sopa. É bom poder chegar a casa e saber que o jantar fica pronto em minutos. Directamente do frigorifico ou do congelador, para o microondas. O tempo corre, por aqui não dá tréguas e entre banhos, actividades que se prolongam, ou trabalhos de casa e lides domesticas, acabamos o dia com os cabelos em pé. Assim o planeamento das refeições, é primordial. Se achamos que durante quase dois dias nos enfiamos numa cozinha, nos outros cinco, desfrutamos das refeições quase quase prontas e ouvir o plim do microondas, como musica para os nossos ouvidos, quando o tempo de aquecimento termina. E uma refeição demora quase o tempo de por a mesa e de os chamar: meninos, venham, a comida está pronta!
Quarta-feira, 24 de Outubro de 2012
Não sei se novas extirpes, se são os bicharocos que estão mais resistentes à custa da nossa falta de resistência, o que é certo, é que uma gripe pode ser coisa pesada. Chega de repente, quase sem aviso prévio e é capaz de atirar para uma cama o mais comum dos mortais, mesmo aquele que raramente se queixa, que quase nunca adoeçe. E são tramadas as gripes, aquelas mesmo à seria. Bem fujimos delas, que ninguem se arrisca a levar de bom grado uma para casa, mas também não sabemos em que esquinas se escondem.
Segunda-feira, 22 de Outubro de 2012
Mas tu queres ver, que vou contar as horas todas? Daqui a nada, é tempo de levantar e eu vou estar aquilo que não queria: cansada e irritada. As noites de sono ininterrupto são quase um achado. Durmo mal, descanso pouco e há dias, em que praticamente me arrasto, de tão cansada. Hoje até podia dizer que a excitação do aniversario me roubou o sono, mas não, é mais do mesmo. Insónias que me tiram tantas vezes do sério. Hoje não me importei, vá! Já escrevi, já sonhei acordada, já recordei, enquanto o resto da casa dormia. E é bom contemplar-lhes o sono. Não lhes invejo o momento. Admiro-os. Observo-os. Mas agora bem podia acontecer o mesmo comigo. E que eu ainda consiga dormir qualquer coisinha antes que o telefone desperte! Ai, ai, ai, já pressinto tantas dores de cabeça!!! Que me possam valer uns cafezitos fortes ao longo do dia!
Já o enchi de beijos, já o abracei. E de cada vez que lhe falei ao ouvido, sorriu.
Nunca o blog esteve neste estado. Tão apagado como se estivesse em obras. Nos intervalos de um ou outro post que aqui vou colocando, já pensei em desistir. Escrevi varias vezes a esse respeito mas voltei atras, recuei. Não sei muito bem porquê, ou talvez saiba. Que não quero que a pagina deste livro se feche, é mesmo isso. Ainda assim prefiro sabe-lo abandonado do que terminado. Ainda neste preciso momento me pergunto se vou continuar a escrever, se amanha cá voltarei, se daqui a duas ou três semanas já não está outra vez esquecido. Que deixei de gostar de escrever também não é verdade, mas a vontade de o fazer abrandou, isso é inevitável. Entretanto foram passando os dias e noutras alturas não teria deixado em branco, momentos que me encheram as medidas ou simplesmente datas tão importantes, como o ultimo casamento a que assisti, ou o aniversario da minha mãe. Abri e voltei a fechar o livro. As fotografias estão na máquina para serem editadas. Alguns momentos, adormecidos, na gaveta das memórias, à espera de serem revelados. Se o farei? Não sei.
Hoje e só por nós, tive vontade de abrir o meu livro. Hoje, amanha logo se vê se cá volto, se a vontade de voltar a escrever me acorda para a vida. Hoje tinha mesmo que escrever, que grande parte da partilha e das palavras de que o meu blog é feito, o devo sem duvida aos meus filhos. E a madrugada roubou-me o sono, mais uma vez e remeteu-me para aqui. E recordo os imensos momentos que aqui relato, que exponho, que partilho, deles portanto, dos meus filhos. Que são a minha vida e é deles que os meus dias são feitos. Que para mim, a família, é o sacramento maior. Uma vida a quatro. A estrutura que me sustenta e impede que eu desista, mesmo que vacile. Que me devolve a sustentação se cair. O blog que nasceu de um momento de renascimento, tornou-se algo que já me deu tanto prazer e hoje, a pensar nesses bons momentos, voltei. A minha casa hoje está em festa. O meu menino, hoje há-de apagar 11 velas e eu vou estar ali de olho nele. Vou aperta-lo bem forte e já nem vale a pena proibi-lo de crescer que afinal isso não vai acontecer, não é?
Momentos houve em que desejei que crescesse, para o ver comer, falar ou andar. Para que dormisse uma noite completa, para que fosse para a escola pela primeira vez. Hoje gostava que parasse de crescer, só um bocadinho, uns dias, umas horas. Só meu, como quando era pequenino. Nesse dia não importou o mundo. Hoje o meu bebé faz 11 anos e foi há precisamente 11 anos que o meu mundo mudou. Para melhor. Sou mãe, vivo entre alegrias e medos. Convivo todos os dias com o milagre da maternidade e o receio de falhar como mãe. Entre duvidas e certezas, entre o certo e o errado, entre o não e o sim, entre um carinho e uma palmada. Por entre uma lagrima de dor e decepção. Paredes meias com a ternura e a loucura. Hoje o meu coração está em festa, mas choroso e carente. Sou assim, piegas, muito piegas, fazer o quê?
Dizer que falho tantas vezes, que as duvidas me consomem a alma, que os meus dias se enchem de incertezas, mas que o amor por um filho é mais, a cada dia que passa. Onze anos de muito amor. De alegrias que só um filho é capaz de dar. Parabéns ao meu casula, que entretanto já beijei, mesmo que amanha não se lembre que fui ao seu quarto e tornei aquele breve instante, num momento só nosso. Como no primeiro dia. O mundo fechou-se para nós, ainda que por breves segundos e foi nesse tempo que fechei os olhos e o apertei contra o meu peito. Como quando o vi pela primeira vez. Uma segunda feira, como hoje. Pequenino e vermelhinho. Mal sabia chorar. A mesma contemplação, um amor maior, que não cabe no peito. Que transborda e me prende a respiração. Um amor infinito, inesgotável, que por momentos, enquanto dormias, arrebatei-te do mundo e abracei-te bem forte. Feliz dia, meu filho!
Quinta-feira, 11 de Outubro de 2012