Quinta-feira, 25 de Setembro de 2014
Muito. Sempre fui assim e vivo o futuro mais depressa do que ás vezes vivo o presente. Tenho mudado um pouco nos ultimos anos e dou muitas vezes por mim a dizer, que no momento certo, depois ou no dia seguinte, penso e faço o que achar melhor. Sinto que aos poucos vou contornando a ansiedade, mas há momentos de tal pressão que me esmagam e afligem. Depois digo, que se sempre fui assim, dificilmente hei-de mudar. Mas tento. Todos os dias tento, mas continuo a ser uma fraca, stressada até aos ossos. Ainda ontem no meio do trânsito, depois de um dia de trabalho frutuoso, felizmente, que muitos não o são, fiquei completamente presa no fim do dia. Com a bateria do telemóvel no limite, atrasada para ir buscar a mais nova ao ATL, e tanto eu como o pai, completamente parados, no trânsito, em pontos distintos. Achei que me podia encharcar de água, cheia de sedeque estava, que afinal a viagem para casa, supostamente seria rápida. A mais nova ficou uma hora sozinha no ATL, já depois da hora e uma dor na bexiga que até me fez chorar. As dores tomaram conta de mim e quando saí do carro, mal me mexia. E depois acham que o stress é desnecessário, que é tudo da nossa cabeça. Como se os horários não existissem para ser cumpridos. Como se o tempo chegasse para tantas e tantas tarefas diárias. E não me venham com a conversa fiada da gestão de tempo e o diabo a quatro. A não ser que venham cá casa dar banho aos miúdos, preparar-lhes o jantar, já agora o meu almoço para o dia seguinte, deita-los com calma, passar a ferro e limpar. As compras, deixem pra lá, que eu faço-as no sábado ou até no domingo de manhã. Não se incomodem.
Segunda-feira, 22 de Setembro de 2014
Ontem deitei-me com as galinhas. Logo depois dos meninos se terem também deitado, contra vontade, claro. Supostamente devo ter dormido umas 9 horas, com uma passagem apenas pela casa de banho, que a bexiga já não aguentava mais. Era suposto ter acordado bem disposta e com um sorriso firme. Mas não. Levantei-me contra vontade, carregada de má disposição e sem paciência. Sério, cansada de mim, mais de mim, que do resto. Já me chateei e gritei com os miudos. Há que dar a volta por cima, mas se o dia corre para o torto, pouco se salva. É que até para mim é preciso paciência. Não é fácil aturam-me a mim própria.
Quinta-feira, 18 de Setembro de 2014
Correu bem, se vos disser que cortei a meta. Correu bem se não falar de mim, mas do apoio que tive, mesmo antes da prova começar. Ao longo de todo o percurso só pensava em terminar. Desistir não me passou sequer pela cabeça, até porque os meus filhos estavam com o pai, de olhos postos na meta. Eu tinha que aparecer, demorasse o tempo que demorasse. Os ultimos quatro quilometros foram tortuosos. Já no final, as dores no corpo só me permitiram caminhar, e o grau de dificuldade foi sempre aumentanto. A um quilometro do fim, sem pensar em desistir, achei que não conseguiria. Por isso, mais uma vez digo, que correu bem porque os que estavam de fora ajudaram e a força daqueles que me apoiaram, levaram-me à meta. Essas pessoas são grandes. Será que têm consciência do impacto que provocam nos atletas? É brutal. Foi brutal. Só tenho duas palavras para elas: obrigada e grata.
Domingo, 14 de Setembro de 2014
No domingo passado por esta hora, já eu estava a chegar ao freixo, para treinar. Chuva torrencial, com treino bom, que eu adoro correr com chuva. Hoje voltei a acordar antes do despertador e tenho o estômago embrulhado. Aliás, ontem andei todo o dia assim. Fico tão nervosa, que não consigo explicar. A excitação até se compreende, mas o nervosismo era escusado. Para mim as provas, são quase como treinos. Mas existe sempre aquela pontinha de competição, apenas comigo. Posso sempre melhorar o tempo da prova anterior. Digo-me a mim mesma. Mas não é isso, é ter receio de me sentir mal, não saber o que fazer e ser a última. Penso muitas vezes nisso. E não gostava de chegar em último. E não, não sou gananciosa, e não tenho mau perder. Na corrida é assim mesmo, há vencedores, somos todos, não tem que haver vencidos, e falo a nível de amadorismo apenas, que é o meu caso, mas ser enxutada pelo carro vassoura, não me apetecia nada.... só isso! Depois no dia, há sempre um percalço qualquer, dói isto ou aquilo. E a vontade de ir à casa de banho 564 vezes antes? E não ter nenhuma por perto? E os alfinetes? E o protetor solar? E o pequeno almoço especial? E? E? E? E se nos atrasamos. E se... mais não sei o quê?? A ansiedade da partida. Esse bicho papão! No fim costuma ser sempre bom. O relaxe total. A satisfação. A felicidade! Muitas vezes, penoso, mas bom, tão bom terminar. E quem me compreende, decerto já correu.
Sábado, 13 de Setembro de 2014
- Um dia caso com corneto de limão! E depois como-o!!!!!
Terça-feira, 9 de Setembro de 2014
Por aqui já começamos o regresso às nossas rotinas. Aliás estamos a tentar, mas está a ser penoso para todos. Nem nós, adultos escapamos. inda me belisco, a tentar perceber se já é mesmo altura de regressos e mudanças. É mesmo. E estou tão cansada que espero que uma força qualquer da natureza me dê um empurrão.
Domingo, 7 de Setembro de 2014
Sábado, 6 de Setembro de 2014
O treino de ontem deixou-me exausta. Há sempre quem não desista de nós e abranda o ritmo se for precido. Um percurso nada plano e as subidas mataram-me. Quase 12 quilómetros sem paragem, apenas com uns simples acenos com a cabeça ou de quando em vez, um sorriso. Não consigo manter conversa durante a corrida. Não sei se alguma vez conseguirei. Não sei se foi pelo que comi antes, se pelo esforço do treino, no final acho que até estava enjoada. Os alongamentos foram top e ajudaram e muito, na recuperação. A sensação que fica é fantástica. O que sobra do treino é puro prazer!
Sexta-feira, 5 de Setembro de 2014
Uma tarde fantástica. Os dois divertiram-se imenso. Nem sempre é assim, grande parte das vezes nao é assim. Quem tem mais do que um filho, sabe o quanto pode ser desesperante lidar com as birras, com as zangas, o mau comportamento, o mau perder, o ciúme e tudo, tudo, só poque sim. Às vezes só prla provocação e chamada de atenção. A mais nova é muito mimalha, o mais velho, é super protetor. Ontem não desgrudaram um do outro. E num momento reclamava atenção, no outro, já o irmão só tinha olhos para ela. Têm vontade de se partilharem, como tantas vezes a distância também acaba por lhes fazer bem. Grande parte desta necessidade, é posta em prática na casa dos avós, que chegam a lá estar à vez. Hoje um, amanha o outro. É o comando da televisão, é o canto preferido do sofá, é o programa predileto, é o silêncio, é o reclamar de atenção não dividida e é o estar só, sem irmãos. Tudo na medida que se pretende ser a mais acertada. Até nós, pais, descansamos. E muito. Tantas vezes fico grata porque deixei um deles em casa dos avós. Os últimos meses foram um retrato disso mesmo. Ontem foi tudo a dois, quase tudo. E o coração enche-se-me de orgulho. Dois irmãos em tudo, tão diferentes, únicos e especiais.