As noites estão mais apetecíveis e o gosto pelas caminhadas depois de jantar, é algo que temos em comum.
Ultimamente por este ou aquele motivo não tem sido possível e tenho-lhes sentido a falta.
No sábado porque acordei bem cedo, mais cedo ainda do que habitual, saí, sem que se apercebessem.
As chaves de casa, o telemóvel e uns trocos no bolso. Somente.
Ainda não eram sete horas da manhã e as ruas estavam desertas. Só os passarinhos tinham acordado e o sol, esse, já ia alto.
Passei a pé por onde passo todos os dias de carro, mas mais parecia estar a fazer um trajecto diferente, que a visão é outra.
Vêem-se os jardins das casas, as hortas, as sementeiras e as casotas dos cães ao fundo do quintal.
Os tanques cheios de água, as roupas nos estendais e a lenha religiosamente empilhada encostada às paredes das casas, por baixo dos telheiros.
Todo o cuidado é pouco que os passeios são escassos e os que existem são estreitos.
Caminhar pela berma da estrada obriga-nos a cuidados redobrados. Mas as ruas estavam ainda desertas e durante algum tempo não me cruzei com um único carro, nem viva alma para que pudesse trocar uma saudação matinal.
Que bem que soube aquela caminhada, que me deixou cansada, mas relaxada.
Durou cerca de uma hora e já no final do percurso, os carros começaram a passar e aos poucos o silencio foi-se perdendo.
Em casa, ainda todos dormiam e um banho quente devolveu-se o cansaço e deixou-me dormitar mais um pouco.
E que bem que soube.
E ás vezes é bom quando se viram as rotinas do avesso, quando se vê ao contrário e se trocam as voltas, as nossas próprias voltas.
. Caminhos
. Insónias
. Sunset
. Taxa de álcool no sangue!...