Domingo, 29 de Janeiro de 2012
Hoje fui só eu, por momentos deixei de ser a mãe e passei a ser simplesmente mulher. Não acedi aos caprichos dos pequenos e parti sozinha. E bastaram uns escassos momentos de um passeio pelo calçadão, numa bicicleta emprestada. Aquela com que sempre sonhei, com cestinho. E fantasiei, por momentos ali mesmo, o cesto guardava o meu telemovel e uns trocos para um café e um ramo de flores silvestres amarelas e brancas. Acabadas de colher. E a brisa fria deixei de a sentir, momentos depois de ter começado a pedalar. E despi-me de uma tristeza que tem invadido os dias e me tem atormentado. Sem casaco e sem cachecol e naquele momento o mais importante, os óculos de sol. E cruzei-me com tanta gente, uns atras do mesmo, outros com os filhos e com o cão. E não sei se fui cobarde porque fuji, mas nem por isso voltava a trás. A manha de Domingo foi minha. E agora numa esplanada e o mar como cenário. E até o café que fiz questão de pedir bem quente, me esqueci de tomar. E foi arrefecendo enquanto folheei uma revista já sem novidades, de tão antiga que era. E não me importei. Tomei o café frio e curiosamente soube-me bem. Afinal o coração já estava quente e reconfortado, numa manha que nasceu só para mim.