



Ontem à noite a convite dos meus pais, conseguimos finalmente reunir a família em redor da mesa de um restaurante, bastante agradável. Em Santa Maria da Feira, no Orfeão, mesmo ao lado da Piscina da feira. Ali perto de casa, portanto. E para além de todas as iguarias e do bom vinho, fiquei agradavelmente surpreendida com o apetite da minha filha. Nos últimos tempos, uma refeição passa a filme de terror, porque à excepção da sopa, não come nada de jeito. Eu sinto-me na obrigação de insistir e insistir. Saber que alguma coisa se aconchega no seu estômago. Ontem entrou no restaurante com aquele ar do costume, de embirrenta, de quem foi acordada contra a vontade, porque tinha adormecido na nossa curta viagem de casa até ao restaurante. Pensei que mais uma vez, íamos ter uma refeição empolada pelas birras e chamadas de atenção. Nada disso. Correu na perfeição. Para além de toda a comida estar um mimo, que optamos por pratos distintos, a mais nova comeu de forma surpreendente. Só torceram mesmo o nariz, quando no inicio do jantar pedi sopa para eles. Depois disso, a mais nova até o prato de sopa repetiu e as bochechas de porco preto marcharam no prato, como se não houvesse amanha. E até o acompanhamento de arroz, o fez por duas vezes e o gosto que deu, vê-la comer assim. Já o mais velho, não deu ouvidos às propostas que nos foram apresentadas e quando viu na ementa a palavra pataniscas de bacalhau, ficou em pulgas. Acompanhadas de um arroz malandro de feijão. A confecção dos pratos esteve perfeita e as sobremesas soberbas. A mais nova ainda saboreou gelado de limão, assim como o irmão, enquanto que nós nos deleitamos com as especialidades da casa, tendo como base a típica fogaça. Gelado de fogaça e pudim de fogaça. Uma noite de relaxe total, pela companhia, pela boa comida e pela forma como os miúdos saborearam a refeição. Que por estranho que possa parecer a muita gente, vê-los a comer de forma saudável e sentir prazer pela comida, é para mim uma grande satisfação.