Quinta-feira, 8 de Março de 2012
Não o fui comemorar para nenhum lado. Enviaram-me mensagens, mas não acho grande piada ao dia. Sei do porquê da sua comemoração, da homenagem a mulheres que sofreram na pele o facto de serem isso mesmo, mulheres, que lhes custou inclusivamente a vida. Não fui jantar fora a nenhum restaurante que se preparou a preceito para o evento, com ementas económicas para grupos e música brasileia para animar as hostes, mas a verdade é que também não fui convidada para nenhum. Fiquei por casa e depois de chegar do trabalho, foi na cozinha que passei grande parte do meu tempo. A preparar o jantar. Lulas recheadas com carne para nós e massa à bolonhesa para eles. Não sou uma grande cozinheira, nem para lá caminho. Fico inclusivamente muito nervosa quando recebo alguém, mas por mais caricato que possa parecer, cozinhar é para mim uma terapia e hoje precisei de uma grande dose de tranquilidade. A semana foi de doidos, o dia de ontem, extenuante e o de hoje começou mal. Lá chegou uma óptima notícia no trabalho, mas de certa forma não foi o suficiente para me deixar suficientemente bem comigo mesma. E mais uma vez sinto que não estou em sintonia comigo mesma e que as minhas prioridades têm mesmo que ser repensadas. Gosto de cozinhar por prazer, mas é a obrigação que me move. Gostava de deixar de ser dona de casa, por um dia, ou por dois, ou três. Mas depois voltar. Gostava de não me importar com a roupa suja e com as refeições. De não me preocupar com a pilha de roupa que ás vezes se acumula no cesto. Mas adoro os beijos dos meus filhos pela manha e de acordar ao lado do meu marido. E hoje bateu forte o mau feitio e desejei não ser mulher, mas depois passou-me.