O Tiago delirou com o magusto, enfarruscou a cara do seu amigo Marco, comeu umas castanhas, assim pelas minhas contas devem ter sido...uma ou duas, que é como quem diz, não é muito castanheiro, mas há que comemorar a data a preceito e é das brincadeiras e das travessuras que a gente se lembra mais tarde e recorda com carinho.
Trouxe ao peito uma castanha gigante feita em cartolina amarrada a um cordel e estava contente porque foi um dia bem passado.
Toda esta euforia fez-me lembrar os meus magustos que também recordo com muito carinho, mas eram ainda mais à séria, com uma enorme fogueira feita pelas freiras, com a ajuda do Sr. José.
Não vinham da padaria já assadas e distribuídas em cartuchos feitos de papel.
Cada um de nós ia descobrindo as castanhas na fogueira e comendo à medida que iam ficando assadas.
Lembro-me do copo de plástico colorido em que bebíamos o sumo que a irmã Emília preparava na cozinha.
Lembro-me de ficar completamente enfarruscada nesse dia.
Lembro-me das brincadeiras com os meus amigos e sentados na relva, ao pé do refeitório, muito concentrados a descascar as castanhas, para que a pele saísse na perfeição.
Lembro-me da fotografia da 4ª classe, que ainda hoje guardo com muito carinho, toda enfarruscada, bainha da saia descosida, copo no meio das pernas, cabelo à frente dos olhos e a boca cheia de castanha.
. Caminhos
. Insónias
. Sunset
. Taxa de álcool no sangue!...