Há realmente coisas difíceis e constrangedoras de abordar com uma criança de 8 anos.
As polémicas da igreja, os abusos sexuais e a pedofilia são exemplo disso e no jornal da noite, de quarta-feira, fomos confrontados com noticiais e imagens de tal forma hediondas que prenderam o T. ao ecrã.
Perguntei-lhe se sabia o que queria dizer pedofilia ao que respondeu que não, ao mesmo tempo em que as suas faces coraram, pelo pouco à vontade com que ficou, com a minha pergunta tão directa.
A questão da pedofilia afecta toda a família e não deve de toda ser ignorada e deve ser discutida em casa.
Não aprofundando demasiado, disse-lhe que nunca deve aceitar qualquer tipo de presentes de adultos "sem antes perguntar ao pai ou à mãe", presentes que muitas vezes são guloseimas ou até dinheiro.
Que não deveria ter medo ou vergonha de falar connosco ou perguntar-nos o que quer que fosse quando tivesse alguma dúvida e que falasse sem receios de comportamentos nada habituais, no dia a dia, por parte de alguém, tais como abraços, carinhos ou beijinhos.
A conversa ficou por ali, não nos alongamos mais, mas confesso que fiquei a matutar nas minhas palavras e se fui explicita na minha resposta. Que muitos mais momentos destes vão ocorrer e há que estar devidamente prevenida para uma resposta adaptada à sua tenra idade e ontem num momento de publicidade apercebi-me que não estava efectivamente preparada para outra questão, a ejaculação.
Valha-me Deus, então à hora do jantar a falar de ejaculação precoce na televisão?
Também não era necessário chamar a atenção para aquele assunto aquelas horas, podiam ao menos aguardar por uma hora mais tardia para passar o anúncio na televisão.
E que o assunto é sério, é, que pode afectar um casal, pode, que não deve ser ignorado, não, mas havia necessidade de ter passado aquela hora? Em que supostamente andam as criancinhas pela casa ou sentadas à mesa em família.
Valeu-nos o facto de ser um anúncio tão curto e ter passado de imediato para um outro, que sinceramente nem me lembro sequer qual foi, tal foi a minha atrapalhação naquele momento.
OK, não devemos ignorar os assuntos e fazer de conta que não existem.
Não devem existir tabus, é certo, mas nem todos os momentos são oportunos, pois não?
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