Hoje, ir à caixa do correio, implica sempre o mesmo ritual.
Contas para pagar, propaganda e mais propaganda e às vezes um ou outro desconto daqueles milhentos cartões a que aderimos para acumular pontos, em tudo e mais alguma coisa.
Um postal, uma fotografia, uma carta, são coisas do passado.
Facilitamos e encurtamos distancias, quando enviamos um e-mail ou um SMS.
Aquela sensação da surpresa de antigamente, senti-a ontem, ao abrir a portinha da caixa do cor
r e i o , que lá dentro, ao pé da DICA, do LIDL, estava uma folha de papel imaculada, bem dobradinha, ao cuidado de quem? De quem?D
o meu Don Ruan.T ão depressa corou, como rematou:
- Mãe, eu não tenho culpa, elas é que andam atrás de mim!
Como jurei,
Com verdade o amor que senti
Quantas noites em claro passei
A escrever para ti
Cartas banais
Que eram toda a razão do meu ser
Cartas grandes, extensas, iguais
Ao meu grande sofrer
Cartas de amor
Quem as não tem
Cartas de amor
Pedaços de dor
Sentidas de alguém
Cartas de amor, andorinhas
Que num vai e vem, levam bem
Saudades minhas
Cartas de amor, quem as não tem
Tony de Matos
. Caminhos
. Insónias
. Sunset
. Taxa de álcool no sangue!...