Um abanão, um medo infinito foi o que senti.
Como se pudesse de alguma forma, passar por cima do inevitável.
Assim, quando queremos que aconteça depressa, mas ao mesmo tempo, dávamos tudo para que não acontecesse.
É angustiante e a partilha e o desabafo fazem-me bem, mas não com qualquer um.
As agruras da vida, a decadência das relações humanas, as aproximações mal intencionadas, fez-me mais selectiva.
Muito mais selectiva e exigente.
Não ando em cada esquina a levar e a trazer, a dar Água sem caneco. São expressões da minha mãe e são as atitudes mais correctas e que faço questão de preservar.
Mas preciso de conversar, de desabafar e de sentir que quem me ouve, está realmente ali e não se perde uma única palavra.
Felizmente ainda há pessoas assim, dispostas a ouvir-nos de forma incondicional.
Ontem trouxe uma mão cheia de afectos e coloquei-os no peito, porque me fizeram chorar, que as lágrimas precisavam de explodir.
Ouvi os seus conselhos e trocamos experiências, muitas.
Outras, ouviram-nos antes e de coisas banais que falamos não se esqueceram, como a D. Celeste, que ontem me trouxe beterrabas, porque sabia que gostamos, principalmente o meu marido que adora.
E quando as arrancou da terra, lembrou-se de nós! Disse.
. Caminhos
. Insónias
. Sunset
. Taxa de álcool no sangue!...