O que eu gosto de surpresas na caixa do correio.
Obrigada pelo postal! Havemos de lá ir um dia juntos, que dizem?
Seria ótimo, não?
Parca em palavras, aquela mulher folheia todos os dias de manhã ali no café as revistas que poisam em cima das mesas. Ás vezes é o jornal do dia anterior que lê com muita atenção, agora sei que lê com dificuldade e bem devagar, que até nem gosta muito de ler e não percebe o que lá está escrito. Chama-se Maria, não sei se é viúva mas é mãe e avó. Os netos já são homens e os filhos andam na vida deles e não os quer apoquentar, nem afligir.
Vive sozinha com os seus pensamentos e medos e de todos os irmãos diz que é a mais fraca da cabeça. Hoje, sem pedir licença sentou-se ao nosso lado na nossa mesa e nas mãos trazia a revista Sábado, do Jornal de Notícias. Um artigo sobre o cancro e os alimentos recomendados no combate à doença. E como já se tinha apercebido que eu gostava de ler, reconheceu em mim aquela que lhe podia explicar as palavras que compunham o artigo. E eu li como leio aos meus filhos. Devagar, em voz alta, de forma pausada e com todo o ênfase que cada frase merece, respeitando sempre os pontos de exclamação, as virgulas e os pontos finais. De frase em frase esmiuçámos o sentido das palavras e as fotografias do artigo auxiliavam o meu raciocínio.
Só a conheço dali do café, sempre sozinha e calada, de cabeça baixa e olhos postos nas páginas das revistas. Todos os dias é assim, ou quase sempre assim. Naquelas folhas de papel minora a solidão dos dias e das noites, mas hoje tomou coragem e sentou-se ao nosso lado e com os olhos embargados perguntou-me enquanto sorria se eu tinha força de viver, é que ela não, diz que vai andando até não poder mais, enquanto enxugava os olhos escondidos por detrás dos óculos.
A semana passada, mais propriamente na quarta feira presenciei o atropelamento de uma amiga. Na passadeira, onde supostamente os peões estão em segurança. Numa fracção de segundos a vida passa diante dos nossos olhos e um medo imenso apodera-se dos nosso pensamentos. O tempo de recuperação é lento e mesmo sem haver qualquer fractura todo o corpo dói. Quem passa por um momento destes sente um grande abalo interior e não falo só da dor física.
Uma distracção de um condutor pode ser fatal, por isso há que ter o máximo cuidado quando andamos na estrada, sempre.
Olhos bem abertos, pessoal!
Hoje foi diferente, um dia de estudo, entre papéis e o computador. Um dia assim rende imenso, que não há interrupções, de espécie nenhuma. É que é quase impossível estudar o que quer que seja com os cachopos em redor.
Uma interrupção para almoço, claro que sim, que embora não pareça, é sempre preciso mastigar alguma coisa e hoje tive por companhia o meu filho.
Fui busca-lo à escola e fomos almoçar a casa da minha mãe e ele adorou a surpresa. Sabia que o ia buscar, já tínhamos combinado mas não sabia onde íamos. Uma visita curta que sabe sempre bem, principalmente porque já não nos encontrávamos desde Domingo passado. Um arroz de feijão malandrinho com panados de peru. Um sol magnífico à hora de almoço e uma praia de perder de vista. Não há melhor. Retemperaram-se energias.
Da morte não há muito a dizer, que as há anunciadas é certo, mas apanham-nos sempre de surpresa, vêem pela calada.
Eu tenho medo da morte, penso nela muitas vezes, se é que me posso dirigir assim a esta coisa macabra, mas mais certa que tudo.
Medo da morte, de uma doença e sou um bocado paranóica, do tipo de sofrer por antecipação, seja comigo ou com os outros.
Nestas duas ultimas semanas muito se tem falado de doenças e morte aqui por estas bandas. E daquelas doenças silenciosas que chegam sem avisar e batem à porta daqueles que aos nossos olhos nos parecem as pessoas mais saudáveis que conhecemos.
Amigos, colegas de trabalho, professores, familiares e espero que não seja um mau presságio e que esta onda passe depressa e que aqueles que se encontram doentes melhorem rapidamente, mas rápido mesmo. Que recuperem das enfermidades e que se abra a porta da vida, raiada de sol e de esperança.
Quando paramos para pensar, que seja um bocadinho apenas naquilo que os nossos filhos nos dão, ficamos enternecidos.
Dão-nos beijos, carinhos, fazem-nos rir como ninguém, são o nosso espelho, que o que não gostamos de ver neles, é muitas vezes fruto dos nossos ensinamentos ou a falta deles.
Dão-nos muito, só o simples crescimento, a pedra em bruto que nos cabe a nós esculpir, é uma dádiva que agradeço a Deus, todos os dias.
Dão-nos coisas menos óbvias, mas igualmente deliciosas.
Hoje, tenho amigos que foram os meus filhos que me deram.
Não são amizades antigas, não são relações da minha adolescência, dos anos áureos da faculdade, mas são amizades completas e sólidas.
Neste momento da nossa vida, em que vivemos essencialmente em função dos nossos filhos, em que nos afastamos dos nossos amigos de longa data porque a vida agitada nos rouba tempo, descobrimos novos amigos, os pais dos nossos filhos e a partilha de experiencia enriquece-nos a cada dia.
Cimentam-se novas relações e descobrimos afinidades e semelhanças de vidas simples como a nossa.
A partilha de preocupações, as inquietações do crescimento, as peculiaridades próprias das idades, estreitam um relacionamento entre pessoas que à partida nada têm em comum e é bom sabermo-nos redondamente enganados, que a feição e a estima são pesos pesados, que fazem a balança da amizade ficar mais rica e tornam a nossa vida mais abastada.
E quando se fala em bébés, eu fico sempre empolgada e feliz com a novidade e com a condição dos novos papás.
A nossa família está a crescer e vem aí um priminho a caminho, ou uma priminha, quem sabe!
A gravidez é um momento de grande alegria, vivido de forma intensa por toda a família.
Estou muito feliz com a notícia e mesmo quando um filho não é planeado não deixa de ser muito, muito desejado.
E eles merecem o melhor, que o caminho que percorreram até aqui foi difícil e doloroso.
Travaram lutas gigantes mas o mundo acabou por perceber que o amor vence sempre.
Se hoje estão juntos, é tão simplesmente porque se amam.
O resto, é isso mesmo, o resto.
PARABÉEEEEEENS!
A Pipoca deixou-nos uma ideia original, isto para quem gosta de sapatinhos e botinhas.
Confesso que achei um piadão, pena que a sapataria esteja localizada apenas em Braga e Lisboa.
Se lá passarem, entrem, escolham um modelito e peçam para enviar a foto, a quem querem, que vos impressione neste natal!
Fácil, não?
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