Sábado, 23 de Agosto de 2014
Desde que comecei a correr, vai quase fazer um ano, a corrida passou mesmo a fazer parte da minha vida. Lembro-me bem dos primeiros cinco quilometros. Dos pensamentos que tomaram conta de mim e de achar que ao fim de 100 metros era bem capaz de arrear. Não aconteceu. Sei que a força de vontade partiu de dentro de mim, que em meu redor encontrei poucos incentivos, só o moreno esteve sempre lá. Poucos acreditaram e desistir era uma questão de tempo. Senti assim. A admiracao de muitos, pelo fato de ter corrido mais uma vez e outra. A admiração pela continuidade. Depressa me inscrevi naquela que seria a minha primeira prova. A corrida de S. Silvestre. Depois disso, outras provas, vários trails e a meia maratona. A minha caixa de cartão, que guardo religiosamente no guarda fatos, abriga os meus mais recentes tesouros, as medalhas das provas. Conheci amigos, corremos juntos e convivemos regularmente e ajudamo-nos mutuamente. A evolução é lenta e cada treino, cada prova, permite-me conhecer os limites do meu corpo. As bolhas, as dores, as caibras e o choro, correm muitas vezes comigo. A frustração sinto-a tantas vezes na pele. Outras vezes supero as minhas proprias espetativas. As minhas pernas ja percorreram bons quilómetros e já conhecei gentes e lugares magníficos. Não é facil gerir o tempo, nunca é, mas o tempo para fazermos o que gostamos e precisamos, esse acaba sempre por aparecer. Se vale a pena, vale. Muito. E hoje dependo disso.