




O sol está quente. Desde que aqui me sentei, já transpirei mais, do que propriamente durante a corrida. Nem meia dúzia de quilómetros! Sopra uma brisa tão agradável! As águas do ribeiro seguem sublimes na quietude do leito. Consigo encontrar paz no meio da natureza. Hoje longe das ondas do mar. Perto do chilrear dos pássaros. Estou sentada num banco só meu, hoje é só meu. Sentada com pernas à chinês, como ensinamos os miúdos. Gosto desta posição. Prendo-me até onde o olhar me leva. Observo e sinto. A natureza dá-me francamente o que preciso. O sol aquece-me ainda mais, as faces já ruborizadas. A respiração deixou de ser tão ofegante. E respiro fundo mais uma vez! Sou capaz agora, de ouvir ainda melhor, o silêncio que me rodeia. Não tenho vontade de regressar à base. A solidão passa apressada. O vazio dos passos de ninguém, deixa marcas no meu caminho. Vou e deixo o banco vazio? Duvido que me apeteça! Vou! Deixo-lhe alguns dos meus pensamentos, aqueles que ficaram descoordenados. Levo o meu corpo mas por entre as tábuas deste banco, fica a promessa do regresso.