A noite foi de festa e apesar de não nos termos deitado propriamente a horas indecentes, a manha acordou bem devagar lá em casa.
Os miúdos saíram da cama sonolentos e remelados e eu mais parecia que tinha levado uma carga de porrada valente e o moreno diz que estava enjoado, vai se lá saber porquê, é que assim de repente não me ocorre nada, nadita de nada. Então nós na noite anterior não comemos uma sopinha light? Ah, não, afinal não. Comemos um bacalhau divinal com broa, regamos o jantar com um belíssimo vinho, na melhor companhia, uma vista fantástica sobre o rio e uma lareira acesa.
Do melhor.
Disseram sim um ao outro e quarenta anos depois continuam a dize-lo.
Quarenta anos volvidos e continuam a amar-se.
Orgulho. Respeito. Carinho.Uma grande
felicidadeUm privilégio ainda mai
o r, que podemos celebrar com eles.
"O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar.
"Carlos Drummond de Andrade"
E afiguro um espaço quente, lareira acesa, uma luz bem ténue em toda a sala.
E cogito uma decoração romântica, com flores vermelhas a compor a decoração das mesas.
Castiçais brilhantes que realçam a beleza das toalhas graciosas e finas ao toque.
Música ambiente, muita conversa e recordações de tantos anos de vida, que apesar da distância, não fez enfraquecer o amor que nutrem um pelo outro.
Uma noite inesquecível, memorável.
Fecho os olhos e já ouço o tilintar dos copos, num brinde de força imensa, regado de votos sinceros de muita felicidade e crescente de saúde.
Os aplausos, a timidez, o beijo e o bolo.
Imagino!
E quero materializar!
. O amor é