Confesso que por mais que evite pensar e tente de alguma forma afugentar da minha cabeça aquela notícia hedionda relacionada com a morte de Carlos Castro, não consigo, tanto mais que à medida que a investigação avança se tornam mais cruéis, os pormenores que encerram esta investigação.
Não conhecia pessoalmente o senhor e nunca tinha ouvido falar daquele miúdo.
É na mãe que mais penso, confesso, na mãe, na família e nos amigos.
Um acto, que de certa forma ceifou mais do que uma vida, porque naquela tarde não foi só o Carlos Castro que morreu.
A vida nem sempre termina com a morte e não conseguimos sequer conceber dor tamanha, que fardo de dor carrega, pejado de dúvidas e questões sem resposta.
Haverá dois lados de uma moeda, de um jogo viciado e corrompido que não conheço, nem tão pouco as regras do jogo me são familiares e não sei se alguma vez serão conhecidas e isto não é uma critica, que as há positivas e negativas, é uma constatação.
Uma mãe que ama, vive em constante sobressalto e inquietação.
Os dias de hoje, abundantes em facilitismos, de oportunidades abastadas, que nem sempre o são, mas nem sempre o sabemos, que a vida ás vezes é mesmo assim, um enigma.
Há lutas que se arrastam no tempo e outras que se travam apenas uma vez.
Oportunidades que mais parecem resoluções escancaradas diante dos nossos olhos, são tantas vezes areias movediças que nos podem engolir por completo, a menos que nos consigamos agarrar a alguém que nos ice com força e nos salve.
Dois lados de uma moeda.