E como todos os anos lá descemos a rua com um saco na mão e fomos às castanhas. Os castanheiros vão deixando cair o fruto, que estes daqui, dão castanhas mais cedo. Há quem já as tenha apanhado muito antes, que as primeiras já foram comidas em Agosto. Nessa altura nem lembra, que o sol e o calor não chama por castanhas. Hoje lá fomos e o saco veio cheio.
Sem sol, com muita chuva até, mas as castanhas não podem faltar e hoje com uma vendedora muito especial!
Ou nem por isso! E como é que os miúdos assam as castanhas na fogueira, assim com esta chuva? É que assim não vai ser tão divertido! O tempo tem que melhorar. Com frio, não importa, mas sei chuva, pode ser? A ver vamos, se nos ouve!!
As gentes do Norte são realmente muito genuínas e simpáticas.
Uma constatação apenas, que isso não é novidade para ninguém. De sorriso fácil, muito hospitaleiras e grandes anfitriãs.
Já para não falar das paisagens do coração transmontano. Retratos magníficos e inesquecíveis!
Um povo trabalhador e encantador! Almas cheias de alegria!
Um dia ainda de Verão com cheiro a Outono. Os castanheiros já começaram a libertar as suas castanhas e os ouriços cobrem o chão. As rabanadas de vento aceleram a queda das castanhas e era vê-las, ou melhor, senti-las a caírem em cima das nossas cabeças. A primeira apanha deste ano. E que recheado vinha o nosso saco!
Nunca tinha feito, sem sequer provado.
Por ser um doce que o moreno adora, que de resto mais ninguém se tinha atrevido a provar, nem mesmo eu, até hoje, quis experimentar e valeu a pena.
Se valeu!
O castanheiro que está no início da rua, centenário diria, pelo seu tamanho, imponente, todos os dias deixa cair para o chão ouriços enormes, que vão sendo espezinhados pelos carros que passam.
Os pequenotes levaram um chapéu de palha vazio e trouxeram-no cheio de ricas castanhas, que apesar de poucas, deu para confecionar um pouquinho de doce e superou as expectativas.
Não cativa pela cor, desmaiada e esquisita, mas vale pelo sabor, que é óptimo!
Experimentem!
Num pequeno passeio, por entre os castanheiros, pertinho de casa.
Uma curta caminhada numa tarde de domingo.
Um espesso manto de folhagem, mantinha-as escondidas.
Partimos há descoberta e aos poucos, fomos enchendo uma saca com castanhas.
Dispersas pelo chão, por entre tons quentes numa tarde fria.
De castanhas assadas e de vinho doce!
Começam a ficar evidentes os cachos de uvas que vão crescendo e saltando os muros.
As castanhas mais envergonhadas, estão-se a preparar para uma entrada triunfal, que ainda não as conseguimos ver, de tão verdinhas que estão as suas casinhas.