Sexta-feira, 5 de Setembro de 2014
Uma tarde fantástica. Os dois divertiram-se imenso. Nem sempre é assim, grande parte das vezes nao é assim. Quem tem mais do que um filho, sabe o quanto pode ser desesperante lidar com as birras, com as zangas, o mau comportamento, o mau perder, o ciúme e tudo, tudo, só poque sim. Às vezes só prla provocação e chamada de atenção. A mais nova é muito mimalha, o mais velho, é super protetor. Ontem não desgrudaram um do outro. E num momento reclamava atenção, no outro, já o irmão só tinha olhos para ela. Têm vontade de se partilharem, como tantas vezes a distância também acaba por lhes fazer bem. Grande parte desta necessidade, é posta em prática na casa dos avós, que chegam a lá estar à vez. Hoje um, amanha o outro. É o comando da televisão, é o canto preferido do sofá, é o programa predileto, é o silêncio, é o reclamar de atenção não dividida e é o estar só, sem irmãos. Tudo na medida que se pretende ser a mais acertada. Até nós, pais, descansamos. E muito. Tantas vezes fico grata porque deixei um deles em casa dos avós. Os últimos meses foram um retrato disso mesmo. Ontem foi tudo a dois, quase tudo. E o coração enche-se-me de orgulho. Dois irmãos em tudo, tão diferentes, únicos e especiais.
Terça-feira, 22 de Outubro de 2013
Ainda continua a ser o meu menino de colo, há-de ser sempre assim. Por mais anos que passem, por maior e mais pesado que fique, os meus braços abertos, estarão sempre prontos para o receber. Um porto seguro para lhe dar guarida e colo, que nestas coisas do carinho, do amor e dos amassos, não há tempo, não há idade, nem momentos. Ontem enchi-o de beijos, antes de adormecer, hoje acordei-o assim, da mesma maneira. Cantei-lhe os parabéns, falei-lhe daquele dia, da felicidade que senti há 12 anos, alias, esta historia tem-se repetido todos os anos! E por breves instantes não o partilhei com o mundo, deixei que os nossos corações suspirassem em sintonia, interligados, naquele instante só nosso. E senti-lhe o cheiro, afaguei-o nos meus braços e desejei-lhe o melhor para a vida. Sempre e para sempre!
Sexta-feira, 13 de Setembro de 2013
Pois bem, aqui o estaminé está a ganhar pó e teias de aranha, já que não lhe abro as portas há algum tempo.
Estou bem, mas o tempo não tem sido muito, para parar por aqui e abrir as janelas de par em par e escancarar ideias e fotos.
A cabeça tem funcionado a mil, que ainda há muitas decisões para tomar e estou a bem dizer perdida como uma tola no meio da ponte. Eu bem digo que Setembro é recomeço.
Setembro é novidade.
Setembro é começar de novo.
E a tomada de decisões é fulcral e urgem as respostas.
Por estas bandas, a escola só começa na segunda feira, curiosamente para os dois.
Este ano correu bem, que não se vão atropelar as apresentações e se para um é de manha, para o outro é de tarde.
Os dois estão ansiosos e impacientes com o primeiro dia de aulas.
Sexta-feira, 2 de Agosto de 2013
A nossa semana de férias para Julho estava delineada há alguns meses. Dos planos para a concretização e estávamos a um passo de uma viagem de sonho, a quatro. O difícil mesmo foi não contar! O coração ali ao pé da boca fechada, para não estragar o segredo! Os meninos adoram o Algarve, aliás, adoram qualquer praia, adoram piscina, são loucos por água. Por isso este ano íamos repetir o destino de anos anteriores e rumar ao Algarve para uma semana de ferias, de preferencia com muito calor. E só souberam das nossas reais intenções, já praticamente em Lisboa, quando desviamos para o aeroporto. Foram meses a especular sobre a reacção deles perante a surpresa! E falava-se quase todos os dias das ferias e dos planos para o Algarve e queriam fotos do hotel, para vislumbrar a piscina e contar os passos que seriam necessários dar para chegar à praia. Foram momentos hilariantes e nem o fato de terem ido com o pai renovar os passaportes, os fez suspeitar! Nada! Zero! E num minuto estávamos na auto-estrada a caminho do nosso querido Algarve, como no minuto seguinte estávamos no aeroporto. Ele não queria acreditar. Ficou em choque. Passou a mão pela cabeça umas trinta vezes e só dizia que lhe ida dar uma coisinha má. E ela... Ela chorou, queria o Algarve, queria praia e piscina. O impacto da surpresa foi diferente nos dois, no final ficaram radiantes. Mas a surpresa foi brutal. Foi mesmo uma grande e maravilhosa aventura! Eles adoraram e nós adoramos ter-lhes feito tamanha surpresa. Tudo ao pormenor, caramba!
Domingo, 5 de Maio de 2013
Foi o dia do mimo e da brincadeira! Ainda houve tempo para uns ralhetes e voz grossa, mas isso agora não interessa nada. Depois de um almoço com a mãe, a minha, que o dia também era dela, mimei os meus rebentos que me retribuíram com muitas gargalhadas. Mais parecia o dia dos jogos tradicionais, com a corda, a macaca, balão, bola, apanhadinha e grilos! Que os há no nosso jardim. O "Pedro", como eles lhe chamaram já foi ter com os irmãos, este está na cura da alface, até amanhã!
É ter os melhores filhos do mundo!
Sábado, 4 de Maio de 2013
Quarta-feira, 1 de Maio de 2013
Mais um no lectivo a terminar. E já podemos dizer que a escola acaba já para o mês que vem. Mais um ano que tem sido a doer. Mais decisões a tomar, e o que me custa ter que tomar decisões. Saber o certo e o errado, o melhor e o nem por isso. O caminho e o atalho, o bom e o mau. Isto da educação tem que se lhe diga e mesmo que me digam para seguir o coração, nem sempre o consigo ouvir. E tenho para mim que mesmo quando ele me fala, sou capaz de deturpar qualquer coisinha!
Sexta-feira, 12 de Abril de 2013
Filho,
Escrevo-te hoje, porque do fundo do coração desejo que estas palavras te acompanhem, como algo pertencente ao passado, mas de uma importância tão grande, que nos fizeram crescer aos dois.
Havemos de guardar estas palavras como quem guarda a chave de um cofre, que em conjunto havemos de abrir, para nos libertarmos. Não mais havemos de ficar agarrados a esta palavra que se intitula de tua amiga e se tem colado a ti nos últimos tempos.
Se ela insiste em ficar, nós seremos mais fortes e havemos de escorraça-la daqui, de dentro de nós. De dentro de ti.
E é por isso que é possível, porque só depende mesmo de ti, não depende dos professores, dos outros amigos, do pai, de mim, não depende da terra, da vida, do sol, depende de ti.
Não vai ser fácil, digo eu que sou adulta. Acho que até vai ser bem difícil, mas para que serve um pai e uma mãe, se não para ajudar nos momentos difíceis? Não é?
As dificuldades ultrapassadas fazem-nos crescer e mesmo que não entendas hoje estas palavras, vais entende- las um dia, quando voltares a ler este papel antigo, guardado há muito, no baú das coisas memoráveis que fizemos juntos um dia.
Sabes filho, a mentira destrói, a mentira que oferecemos a alguém, volta-se sempre para nós. É o efeito maldoso que esse ato tem e por certo a mentira causará mais danos em quem a alimenta, mesmo que isso não te pareça possível.
Quando mentimos aos outros, estamos a mentir a nós próprios. Refugiamo-nos numa casa que não é a nossa, sem alicerces. Lembrei-me da casa dos porquinhos preguiçosos que não se preocuparam em construir uma casa resistente. Lembras-te da história, não lembras? Lembras-te do que lhes aconteceu? Assim é a mentira, uma casa descompensada, sem conforto, sombria, capaz de roubar o melhor de nós, a nossa verdadeira essência, que é como quem diz, a nossa alegria, as nossas raízes.
Sabes que eu também já menti? Já o fiz, porque também me pareceu ser o caminho mais curto, para chegar a um qualquer lado onde achei que queria estar. Já menti, só porque me pareceu mais fácil fugir das responsabilidades que tenho, a cada dia que cresço. É que as responsabilidades crescem connosco e depois a vida cobra-nos tanto, não é?
Não é fácil. Também pensas como eu, não é? E achas difícil e dizes que não consegues, que é mais forte do que tu. Ainda ontem disseste isso! Mas a força vem de dentro e tu és tão forte! Já te disse, muitas vezes, lembras-te? E vou continuar a dize-lo! Tu és um menino tão forte! O meu menino dos olhos verdes! E é disso que não te podes esquecer, porque a força vem de dentro.
A força para sermos o que quisermos, nasce com a nossa vontade, cresce com os nossos atos, os atos bons, e se quisermos, acompanha-nos sempre.
Amigos, sem o serem verdadeiramente, existirão sempre na nossa vida. Aqueles que nos parecem companheiros de todos os momentos, compinchas de todas as horas. E devemos saber que nem todos nos querem bem, que afinal nem se importam com as nossas tristezas, com as nossas arrelias e as nossas conquistas ainda os aborrecem mais.
A mentira é assim, uma amiga que não se quer, uma amiga que nunca o foi e só nos pisa.
E nunca é tarde, sabes? Como é que pode ser tarde para o que quer que seja, se tu és ainda uma criança? Tens a vida pela frente. E os teus amigos escolhes tu.
A chave do baú das lembranças é tua e lá guardas só o que queres. O que não presta, joga fora e muita coisa vais deixar apodrecer no lixo, porque não presta. A mentira será com certeza uma delas. A mentira foi com certeza uma delas, dirás tu, quando voltares a ler estas palavras, um dia, daqui a muitos anos.
A mãe adora-te! Não, a mãe ama-te! Haverá outra palavra que descreva o que sinto? Acho que há coisas tão fortes que sentimos dentro de nós, que nem se conseguem descrever e o amor que uma mãe sente pelo seu filho é assim, indescritível. Haverão outras palavras assim, que nos parecem tão pequeninas, face ao que sentimos, que na realidade é tão forte!
Se o meu coração falasse dizia-te o que sente, por isso, tantas vezes, pede ajuda ao abraço, ao sorriso, a uma lágrima, ao colo.
E é a nossa atitude que nos distingue, que nos carateriza. E são os nossos amigos, os verdadeiros, que importam. Esses devemos guarda-los a sete chaves. No baú das boas lembranças. Lembras-te?
A mãe
Domingo, 10 de Março de 2013
Se os pais envelhecem, com os filhos acontece o mesmo!
O mais velho aninhou-se ao nosso lado hoje de manha. E enquanto chovia torrencialmente lá fora, estivemos no aconchego. E brindou o pai com uma pergunta cuja resposta lhe provocou um ataque de riso: - pai, quando tiveres 80 anos, quantos anos é que eu tenho? E depois do pai ter respondido 50, pensou uns segundos na resposta e riu-se como se não houvesse amanha. São muitos anos... E essa bela idade deve pôr qualquer um nervoso!