Se chorar, em vez de te confortar com uma palavra que seja, não é porque não tenha nada para te dizer. As palavras são efémeras e o meu coração acredita que aquela estrela vela por ti. E tudo vai correr bem, queremos todos acreditar que sim. Mas se isso não acontecer estamos aqui, como temos estado sempre, uns para os outros. Nos bons e nos momentos menos bons. Chorar não é mau, deixarmos transparecer a nossa preocupação e a tristeza é normal. Mas o sorriso que não se apague com a dor. Que o medo não abafe os teus dias e te impeça de ser feliz. Ás vezes já o somos, sem compreender a verdadeira força e significado desta palavra. O meu pensamento está contigo e tu sabes que hoje estas palavras são para ti!
As desculpas e a falta de tempo levam vantagem quando se trata de rever os amigos. E digo rever, que com um pouco de sorte, é o que resta de encontros que foram felizes no passado. O tempo ou a falta dele tem sempre desculpa e nunca é contrariado e entretanto o tempo passa, a vida caminha a passos largos sabe-se lá para onde e os amigos distanciam-se cada vez mais. Hoje padeço deste mal, reconheço. Que sou a primeira a apontar o dedo à falta de tempo e as desculpas desdobram-se em pedaços soltos de lembranças do passado. E os amigos acabam por fazer parte dele, desse tempo que nos deu tantas alegrias e gargalhadas rasgadas e parece que nos esquecemos depressa desses momentos. E lamentar não chega.
Sei o que é um murro no estômago. Já o senti várias vezes e dói ainda mais quando nos apanha desprevenida. E dói, mesmo que não tenhamos sido nós a sofrer esse golpe. O infortúnio bate mesmo ao nosso lado e o coração fica apertado, pequenino, o dos outros e o nosso. Mal dá para respirar e tudo se questiona e a pergunta de sempre impera! Vale a pena? Mas afinal o que é que vale a pena? E é impossível ficar indiferente a tanta desilusão que passeia à nossa volta. E o ar que se respira fede e transborda de hipocrisia. Um murro no estômago dói. Mesmo que a dor tenha uma intensidade ou significado diferente, dói! Mesmo que o murro no estômago não tenha sido para nós, é impossível ficar indiferente ao sucedido. Dói!
As despedidas marcaram-me sobremaneira. Detesto-as e ao longo da minha infância foram uma constante. As partidas do meu pai para longe. Marcaram-me para sempre. Detesto as despedidas e ainda hoje num aeroporto choro, quando vejo alguém que parte com o coração destroçado. Não sou capaz de ficar indiferente. E desvio o olhar e repito em silencio a mesma oração de sempre, também pelo outros, os que partem e deixam para trás a família. Dos reencontros há grandes e boas lembranças mas a despedida entranhou-se de tal forma, que ainda hoje dói.
As mulheres juntas não são boa peça e vai-se mais longe, quando se diz que juntas, são umas calhandreiras, umas mal dizentes, invejosas e coisas que tal!
As rainhas das intrigas e das piolhices.
Se calhar é assim na maior parte das vezes, mas a verdade é que podem existir muitos momentos de partilha e experiencias de vida, entre mulheres! E pode sempre haver um caso de excepção à regra.
Foi óptimo ter surgido este convite. Ainda bem que a Mada tomou a iniciativa. Praticamente todas puderam estar presentes e esta foi a possibilidade que tive de rever amigas que já não via há alguns meses.
Muita conversa, que não se consegue colocar toda em dia, num curto espaço de tempo. Afinal quem trabalha, assim como nós, tem horinhas para cumprir e esticar a corda não dá muito jeito.
Eu adorei o almoço, até porque momentos destes não têm abundado por estas bandas e reencontrar pessoas que de alguma forma fizeram parte da nossa vida e nos fazem sentir bem, é sempre muito bom. E prometemos que havíamos de repetir.
Um abraço, meninas!
O fim de semana começou bem cedo. Quando viajamos gostamos de aproveitar ao máximo.
O dia de sábado acordou envergonhado mas acabou por nos presentear com muito calor.
Visitámos o Cabo Carvoeiro, que adorei confesso, porque não me recordo sequer da última vez que lá estive, decerto há muitos, muitos anos atrás.
Um cheiro forte a maresia, uma brisa quente e uma vontade de não sair dali, para poder contemplar o mar e as rochas.
Os barcos passavam, repletos de turistas a caminho das Berlengas e aos poucos, o mar ia-se enchendo de pontos brancos sempre que as embarcações se iam afastando.
Fomos os primeiros a chegar ao moinho e fomos muito bem recebidos.
Há muito que a D. Odete e o Sr. Luís tinham iniciado os preparativos.
Já a massa levedava na cozinha enquanto o forno se preparava para receber o pão.
A caldeirada estava pronta para ir ao lume e os tachos, bem recheados de tanto peixe fresquinho.
O moinho é um local de convívio e é ali que a família e os amigos se encontram para grandes patuscadas e momentos de lazer.
Foi ali no moinho que o Sr. Luis cresceu e viveu durante muitos anos. Conhece aquele sítio como ninguém e diz que é um privilégio, receber os amigos do filho naquele espaço.
A ver pelo resultado, este foi mesmo o primeiro de grandes convívios que prometem repetição.
Uma mesa cheia de gente bem disposta, com muita comida e boa pinga.
As crianças divertiram-se imenso. Brincaram na horta que a D. Odete cuida com tanto carinho, passearam ao pé do galinheiro, dançaram, jogaram ás escondidinhas e com as mãos na terra criaram lugares distantes dos nossos.
Depois de um almoço prolongado e de termos estado com o rabo alapado por largas horas à mesa, fizemo-nos ao caminho e passeamos a pé, sempre com o mar do nosso lado.
Ainda tivemos a oportunidade de ver a nossa selecção ganhar.
Obrigada pela simpatia, que foram uns excelentes anfitriões e nós prometemos voltar.
Que rica caldeirada!
As pessoas não se precisam, elas se completam...
não por serem metades, mas por serem inteiras,
dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.
Mário Quintana
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