Da última competição que se realizou sábado passado, trouxe duas medalhas, dois segundos lugares especiais, por razões diferentes. Do primeiro combate trouxe uma derrota, porque ainda sente na pele a inércia do corpo, a falta de destreza, tudo culpa daquele pezinho partido que o obrigou a acampar no sofá durante quase dois longos meses. Perdeu, mas deu luta e esforcou-se e isso é que importa.
O pai acha que está no bom caminho, que vai aperfeiçoando a técnica, que a prática é a palavra de ordem e o treino é o mais importante, que os combates vêem depois. No treino semeia-se e no combate colhe-lhe.
Chorou, que ele é mesmo assim, não é mimado, é sensível e verdade seja dita, ele anda à procura de um primeiro lugar e estou certa de que virá, mais cedo ou mais tarde. Do segundo combate e do segundo lugar ficou a admiração que me fez sentir por ele.
O orgulho que me deixou arrebatada, porque lutou com o cuidado e carinho que não se espera numa prova de taekwondo. Lutou com um adversário especial, que tinha o forte desejo de participar. Um menino com um gosto enorme pela modalidade, um menino com um brilho nos olhos, palavras do meu filho, um menino com paralisia cerebral e para a luta, o adversário tinha que ser escolhido a dedo, um adversário meigo e compreensível.
Num combate há muito mais do que a luta e ganhar nem sempre é o objectivo, ali valores mais alto se levantaram e ele soube entender o que se pediu e se calhar foi por isso mesmo o escolhido. Aquele momento encheu-me as medidas, que nos últimos tempos andamos os dois em guerrinhas constantes, que insisto em sair vitoriosa quando na verdade não me tenho saído bem.
Ele sem perceber, lembrou-me disso.
Hoje chegou mais cedo do treino, bem mais cedo.
Praticamente ainda no aquecimento e eis que se magoou no tornozelo esquerdo.
Está com dores, o pé está inchado mas o gelo parece ter ajudado a minimizar o estrago.
Esta semana já não vai voltar a treinar, no fim da próxima tem uma prova e corre o risco de não poder competir.
Levei-o ao colo para a cama e isso sim, foi uma aventura, que ele está terrivelmente pesado.
Com o pé elevado, em cima de uma almofada, estou em crer que vai conseguir adormecer.
Complicado se as dores voltarem durante a noite, será que nos esquivamos de uma ida ao hospital?
Esperemos que sim.
Tendo em conta que já passa da meia noite, bem posso dizer, que já não vejo, nem falo com o meu filho, desde ontem.
Saiu bem cedo, em direcção ao Seixal, para uma prova de Taekwondo.
Hoje não o acompanhamos, foi com o grupo, de camioneta e partiu muito animado.
Deixou a mana num pranto, que chorou como uma madalena, ao ver o irmão partir.
A espera vai ser longa, que o atraso é enorme e só devem chegar cerca das duas horas da manhã.
Estou a morrer de saudades e o orgulho que sinto e a vontade de o abraçar é tão forte que não quero adormecer sem o felicitar.
Não, não trouxe nenhuma medalha, nenhuma taça, mas teve uma prestação incrível.
O melhor desempenho até hoje, a sua melhor prova.
Depois de um empate, voltaram a empatar na morte súbita e por decisão do júri, ganhou o adversário.
Para mim, uma derrota com sabor a vitória, que só denota o esforço, o empenho e o crescimento gradual ao longo deste ano de aprendizagem.
Com certeza que está triste e não duvido que tenha chorado e esteja desiludido, mas isso há-de passar-lhe e a garra, essa não me parece que a vai perder.
O meu menino é de ouro, o meu orgulho....
Ai se eu pudesse, agora, lambuzava-o de beijos e enchia-o de abraços apertados.
Que vontade!!!!
Desiludido e derrotado, mas estou em crer que está no bom caminho.
Tem melhorado a olhos vistos, desde o primeiro combate.
A falta de concentração e os momentos de distracção são os piores inimigos.
Levou nas orelhas, mas não foram esquecidas as palavras de motivação.
Ontem foi ao treino, vai a exame novamente
, no final deste mês, por isso não me parece que pense sequer em desistir.É um menino de fibra, que tem que levar muitas cabeçadas, mas que precisa ainda de muito colinho.
Que há falta de respeito e mau perder.
Mais do que as crianças, há pais capazes de manchar um encontro, supostamente saudável, apesar de estarmos perante uma competição.
Ninguém quer perder e ganhar é a meta.
Crianças e adolescentes que trabalham com muito afinco, sacrificam a escola, o seu crescimento e a sua infância, mas nada se compadece com atitudes que
não dignificam o desporto e a sua importância.
Insultos e ofensas aos atletas.
Provocações de pais para pais.
Momentos de grande humilhação que não enobrecem o desporto.
Saber perder, aceitar a derrota, felicitar o adversário, é sinónimo de respeito e civismo.
É urgente reflectir sobre tais atitudes, que muitos pais estão desorientados, sem a mínima noção da gravidade dos seus actos, capazes de influenciar negativamente o crescimento e a conduta dos próprios filhos, infelizmente, muitas vezes de forma totalmente irreversível.
Um dia passado em família.
Tentamos conciliar diversas actividades de forma a não descurar o convívio.
Infelizmente, só ao fim de semana temos oportunidade, para em conjunto, partilharmos brincadeiras e usufruir da presença dos filhotes e eles, da nossa companhia, em pleno.
A participação na prova, apesar da cansativa, não foi monótona e permitiu grandes momentos de diversão e pura brincadeira, não obstante a tristeza que o T. vivenciou ao ficar desclassificado, mas que ultrapassou com o apoio de todos.
Pela segunda vez, participou numa prova Nacional, o 8º Open de Taekwondo de Canedo.
O saldo foi positivo, palavras minhas não dele, que foi eliminado no primeiro round.
Houve progresso, desde a última competição, disse-lhe a treinadora Joana.
Sobres estas palavras, reflectiu mais tarde, já mais calmo, mas não foram condição suficiente para impedir que as lágrimas lhe corressem pelo rosto, logo após a sua exibição.
Chorou bastante, ficou desiludido com ele próprio e a verdade é que ainda tem muito a aprender, que a caminhada é dura e longa e o percurso esse , ainda agora começou.
Foram longas as horas de espera para a sua participação, mas o resultado final para a equipa dos Jovens D'Ouro não podia ter sido melhor.
Só queria ter trazido uma medalha, dizia ele.
Já pouco faltava para as 22 horas quando chegamos a casa depois de um Domingo bem comprido e o cansaço estava estampado naquela carinha linda, mas triste.
Talvez por isso e mesmo depois de ter adormecido num ápice, acordou de madrugada, com muitas dores de barriga.
Depois de vomitar e de acalmar, aconcheguei-o e adormecemos juntos, na cama dele.
Hoje pela manhã, a disposição estava em alta e ninguém diria que a noite não tinha corrido pelo melhor.
. Desporto é muito mais do ...
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